quinta-feira, 31 de outubro de 2013

CARREGUE SEMPRE CONSIGO NO ROSTO A SIMPATIA

Autor: Serginho Gommes


Pra que possas ser feliz
É necessário respeito
Se existe o preconceito
Siga outra diretriz
Pelos passos da atriz
Que chamamos de harmonia
Ela é quem propicia
Laços de um grande amigo
Carregue sempre consigo
No rosto a simpatia
                     II
O homem é imprevisível
Transforma-se a cada instante
Mas simpatia garante
Que ela é imprescindível
É um retrato cabível
Na mais profunda alegria
De noite também de dia
Torna-se sempre um abrigo
Carregue sempre consigo
No rosto a simpatia
                    III
Seja um sujeito simpático
Na alma injete a pureza
Um rosto sem ter beleza
É algo bem problemático
No mundo quem for apático
No peito tem rebeldia
Para ter vida sadia
Se afaste deste perigo
Carregue sempre consigo
No rosto a simpatia
                 IV
O sorriso, a moral
Garra e determinação
Expressa no cidadão
Um repertório total
Faz do sonho o real
Luta por democracia
Honra a diplomacia
Não muda nem por castigo
Carregue sempre consigo
No rosto a simpatia
                  V
Simpatia se transborda
Até na intimidade
Pela sensibilidade
O desejo logo acorda
E a mão logo concorda
Com a outra bem macia
Que vai da mente tardia
Ao pezinho do umbigo
Carregue sempre consigo
No rosto a simpatia
                  VI
Assim existe um brilho
Na conduta e no olhar
Vale em qualquer lugar
Para pai e para filho
Vamos subir neste trilho
E seguir com autonomia
Paz, Amor, sem hipocrisia
Ligue que eu também ligo
Carregue sempre consigo
No rosto a simpatia

                                                                                                         



CONVERSA INCIDENTAL

Autor: Benildo Nery



Encontrei-me com um amigo
Do meu tempo de menino
Filho de Pedro Firmino
E de Dona Ivonete
Ele usava um topete
Pra disfarçar a careca
Foi um garoto sapeca
No seu tempo de infância
Hoje com muita elegância
Vestia uma linda beca.
                    II
Começamos conversar
Para matar as saudades
E saber as novidades
Da sua vida e da minha
Sentados numa pracinha
Ficamos por mais de hora
E bem perto de ir embora
Ele começou contar
O que queria mudar
Neste mundo que ele adora.

Começou dizendo assim:
                   III
Eu só queria poder
Um dia acabar com as guerras
Levar água para as terras
Desse sertão nordestino          
Não é nenhum desatino
Pois eu sei que sou capaz
De fazer ainda mais
Até transformar o mundo
Acabar em um segundo
Com as tragédias sociais.
                IV
Queria ter o poder
De construir mais escolas
E as crianças nas sacolas
Levar um lanche do bom
Permita usar o tom:
Educação é minério!
Tem que ser levada a sério!
Mas isso poucos compreendem
E ao contrário a entendem
Como se fosse um mistério.
                   V
Queria ter o poder
De acabar com as doenças
Aos povos de várias crenças
Levar a minha mensagem
De destreza, de coragem
De tremenda valentia
Seja de noite ou de dia
A todos poder dizer:
Faço isso com prazer
E com enorme alegria!
                 VI
Queria ter o poder
De comandar a logística
De colocar na política
Somente cabra decente
Que puxe da sua mente
Projeto bom, tudo novo
Que não seja um papa-ovo
Babaca, troço, ladrão
Que não fale palavrão
E nem desrespeite o povo.
                 VII
Se eu pudesse acabaria
Com brigas entre vizinhos
Bravos ficavam mansinhos
Todos os quais em suas casas
Construiria umas asas
Tais quais as do beija-flor 
Viraria um beijador
Por esse mundão afora
Chamado a partir de agora
De mensageiro do amor.
                   VIII
Eu só queria poder
Criar um super-atleta
E fazer da bicicleta
O transporte da nação
Com zero poluição
Logo o Brasil seria
Uma terra de magia
Que valoriza sua gente
Onde se vive contente
E que é limpa a energia.
                   IX
Se eu tivesse o poder
De treinar a Seleção
Brasil era o campeão
Em todas as Copas do Mundo
Desprezava o vagabundo
Que não quisesse jogar
Nunca iria ter lugar
Jogador pé-de-chinelo
Cabra igual Felipe Melo
Nem no banco ia ficar.
                X
Queria ter o poder
De fabricar as bebidas
Todas as que são servidas
Nas mesas do mundo afora
Posso até levar um fora
Assim mesmo vou dizer:
Elas teriam o poder
De transformar essas mentes
E de fazer inteligentes
Quem uma dose beber.
                     XI
Queria acabar com as filas
Que existem em banco e loja
Fazer do óleo de soja
Algo menos gorduroso
Seria bem prazeroso
Viver sem colesterol
Ver de perto o arrebol
Da manhã ou da tardinha
Sentar-me nessa pracinha
Pra curtir o pôr-do-sol.
                   XII
Se eu tivesse o poder
Faria com que os casais
Se amassem muito mais
Do que ao padre disseram
Quando ali estiveram
Aos seus pés ajoelhados
E com os corpos curvados
Em sinal de humildade
Dizendo a toda a cidade:
- Agora somos casados!
               XIII
Se eu tivesse poder
Garanto construiria
Um ponto de poesia
Bem no centro da cidade
Mudava a realidade
Desse mundo sem cultura
Que agride a criatura
E também o Criador
Que traz mágoa, que traz dor
E torna a vida escura.
               XIV
Como não tenho poder
Apenas sonho acordado
Mas um sonho realizado
Um dia eu ei de ver
Aí não vou me conter
Festejar, cantar, sorrir.
Tudo de bom há de vir
Pois tudo será melhor
Em todo o nosso redor
Flores irão se abrir.
               XV
Levantou-se, foi-se embora
E eu fiquei ali sentado
Bastante atordoado
Bateu forte o coração
Fiz uma reflexão
Sobre o que aconteceu
Descobri o que se deu
Fiquei muito aliviado
Pois havia conversado
Simplesmente com o meu eu.

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

AQUILO QUE MAIS ODEIO

Autor: Benildo Nery

Se você me perguntar
Responderei num segundo
As coisas que nesse mundo
Aprendi a odiar
Acho melhor anotar
Pois não direi novamente
Se quiser grave na mente
Mas atenção redobrada
Já que às vezes essa danada
Gosta de trair a gente.

Fome, miséria, pobreza
Comodismo e preguiça
Impunidade, injustiça
“Pãodurice” e avareza,
Medo, pavor e fraqueza,
Falsidade, traição,
Roubo e corrupção.
A ira, a raiva, a fúria
A mentira a injúria
Inveja e ambição.

O desprezo, o descaso,
Abandono, rejeição.
Aquela situação
Que se diz: foi por acaso!
Promessa que não tem prazo
Mesmo não sendo a primeira
Esperar a vida inteira
A beirada do caminho
O viver só, bem sozinho
Sem ter uma companheira.

Demência e maluquice;
Gente que não tem noção
Que excede a depravação.
Babão e “puxassaquice”
Fofoca, disse me disse
O tal do: ouvir dizer...
O não ter o que fazer,
O estar desocupado.
E o cabra realizado
Que vive a se maldizer.


A demora em fila, espera.
O lerdo e sua lerdeza.
O oposto da boniteza
A crença na besta-fera
O servidor que não gera
Na empresa só dar furo
Sair andando no escuro
Segurando um cacete
Inda pisar num tolete
Cagado num pé de muro.

Bucho inchado, caganeira
Incontinência urinária
Frivioco, urticária
Labirintite, tonteira
Aquela tosse igrejeira
Que rasga toda a goela
Dor nos peitos, na titela
E no tal de dente queiro
Dor que dói o corpo inteiro
Um machucão na canela.

Um escorregão na lama
Ou em bosta de animal
Tropeção em pedra, em pau
Ou em maliça de rama
Aquele tombo da cama
Dessas chamadas beliche
Ou em casa de trapiche
A cabeça no telhado
Ficar com o quengo inchado.
E ainda ouvir um vixe!

Uma unha encravada
Naquele dedão do pé
Sovaqueira e chulé
Numa sala apertada.
Cantador sem cantar nada
Somente o decorado
Mas doidinho aperreado
Querendo logo dinheiro
Inda diz pro companheiro
Oh povinho amarrado!


Dormir em rede mijada
Com um lençol bem pequeno
Sentir o frio sereno
Durante a madrugada
E quando a manhã chegada
Não querer se levantar
O cheirinho pelo ar
De mijo azedo, vencido
E a mãe no pé do ouvido
Mandando banho tomar.

A mentira descabida
Em tempo de eleição
O político espertalhão
E de cara deslambida
Cabra de leitura lida
Nos manuais da “roubice”
E que faz da canalhice
Sua lição principal
Tremendo cara de pau
Reizinho da safadice.

Vizinha língua comprida
Faladeira e fofoqueira
Aquela bem barraqueira
Afoita e atrevida
Que não vive a sua vida
Só liga pra do vizinho
E leva o dia todinho
Porta em porta e calçada
Em casa nunca faz nada
Oh pedaço de povinho!

Mas eu preciso parar
E digo neste momento
O ódio é um sentimento
Que também vou odiar
Então pra não complicar
E não encerrar agora
Neste momento e hora
Pra quem esse verso ler
Vamos então escrever
Sobre o que a gente adora.




 






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