quinta-feira, 11 de agosto de 2016

E POR FALAR EM EX

(Benildo Nery)

Quando ela passou por mim
E desviou seu olhar
Por certo pensou que eu
Ia com ela falar
Coitada não me conhece
Só sendo... até parece
Que eu ia me humilhar.

Sei que não posso negar
Que ainda gosta dela
Ao vê-la meu coração
Comigo chega duela
Mas o meu brio é maior
Provei do mal a pior
Quando estive com ela.

Ao lado daquela “fela”
Fui bastante maltratado
Preso ali aos seus caprichos
Pelos pés acorrentado
Sem carinho e sem respeito
Sem nem respirar direito
Mas louco e apaixonado.

Eu lhe dava de punhado
De amor e de carinho
Lhe dava um monte de cheiro
Beijinho e mais beijinho
“Chei” de desejo e de tara
E ela me dando na cara
Deixando eu amar sozinho.

Parecia um cachorrinho
Que o que a dona manda faz
“Levanta!” eu me levantava
“Vá pra frente!”, “Vá pra trás!”
“Me dê isso!”, “Dê-me aquilo!”
Feito cantiga de grilo
Parecia o Satanás.

Mas na verdade o que mais
Me fez largar a insana
Foi ela me proibir
De nos finais de semana
Eu tomar uma gelada
Junto com a rapaziada
No boteco de Joana.

Enquanto toda bacana
De manhãzinha saia
Toda emperiquitada
Pra tal da academia
Não somente no final
De semana e coisa e tal
Ela ia todo dia.

De vez em quando eu ouvia
A vizinhança dizer:
“Mulher olha lá vai ela
Chega correndo vem ver!”
Por não ser surdo nem mudo
Antes virar chifrudo
A mandei se “assuverter”.

Depois disso vi correr
Lágrimas no seu olhar
Confesso no meu também
Mas depois de enxugar
Chegamos a conclusão
Pra viver de confusão
Foi melhor se separar.


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