(Benildo Nery)
Quando ela
passou por mim
E desviou
seu olhar
Por certo
pensou que eu
Ia com ela
falar
Coitada não
me conhece
Só sendo...
até parece
Que eu ia me
humilhar.
Sei que não
posso negar
Que ainda
gosta dela
Ao vê-la meu
coração
Comigo chega
duela
Mas o meu
brio é maior
Provei do
mal a pior
Quando
estive com ela.
Ao lado
daquela “fela”
Fui bastante
maltratado
Preso ali
aos seus caprichos
Pelos pés acorrentado
Sem carinho
e sem respeito
Sem nem
respirar direito
Mas louco e
apaixonado.
Eu lhe dava
de punhado
De amor e de
carinho
Lhe dava um
monte de cheiro
Beijinho e
mais beijinho
“Chei” de
desejo e de tara
E ela me
dando na cara
Deixando eu
amar sozinho.
Parecia um
cachorrinho
Que o que a
dona manda faz
“Levanta!”
eu me levantava
“Vá pra
frente!”, “Vá pra trás!”
“Me dê
isso!”, “Dê-me aquilo!”
Feito
cantiga de grilo
Parecia o
Satanás.
Mas na
verdade o que mais
Me fez
largar a insana
Foi ela me
proibir
De nos
finais de semana
Eu tomar uma
gelada
Junto com a
rapaziada
No boteco de Joana.
Enquanto
toda bacana
De
manhãzinha saia
Toda
emperiquitada
Pra tal da
academia
Não somente
no final
De semana e
coisa e tal
Ela ia todo
dia.
De vez em quando
eu ouvia
A vizinhança
dizer:
“Mulher olha
lá vai ela
Chega
correndo vem ver!”
Por não ser
surdo nem mudo
Antes virar
chifrudo
A mandei se
“assuverter”.
Depois disso
vi correr
Lágrimas no
seu olhar
Confesso no
meu também
Mas depois
de enxugar
Chegamos a
conclusão
Pra viver de
confusão
Foi melhor
se separar.