Autor: Benildo Nery
Se você me
perguntar
Responderei
num segundo
As coisas
que nesse mundo
Aprendi a
odiar
Acho melhor
anotar
Pois não
direi novamente
Se quiser
grave na mente
Mas atenção
redobrada
Já que às
vezes essa danada
Gosta de
trair a gente.
Fome,
miséria, pobreza
Comodismo e
preguiça
Impunidade,
injustiça
“Pãodurice”
e avareza,
Medo, pavor
e fraqueza,
Falsidade,
traição,
Roubo e
corrupção.
A ira, a
raiva, a fúria
A mentira a
injúria
Inveja e
ambição.
O desprezo,
o descaso,
Abandono,
rejeição.
Aquela
situação
Que se diz:
foi por acaso!
Promessa que
não tem prazo
Mesmo não
sendo a primeira
Esperar a
vida inteira
A beirada do
caminho
O viver só,
bem sozinho
Sem ter uma
companheira.
Demência e
maluquice;
Gente que
não tem noção
Que excede a
depravação.
Babão e “puxassaquice”
Fofoca,
disse me disse
O tal do:
ouvir dizer...
O não ter o
que fazer,
O estar
desocupado.
E o cabra
realizado
Que vive a
se maldizer.
A demora em
fila, espera.
O lerdo e
sua lerdeza.
O oposto da
boniteza
A crença na
besta-fera
O servidor
que não gera
Na empresa
só dar furo
Sair andando
no escuro
Segurando um
cacete
Inda pisar
num tolete
Cagado num
pé de muro.
Bucho
inchado, caganeira
Incontinência
urinária
Frivioco,
urticária
Labirintite,
tonteira
Aquela tosse
igrejeira
Que rasga
toda a goela
Dor nos
peitos, na titela
E no tal de
dente queiro
Dor que dói
o corpo inteiro
Um machucão
na canela.
Um
escorregão na lama
Ou em bosta
de animal
Tropeção em
pedra, em pau
Ou em maliça
de rama
Aquele tombo
da cama
Dessas
chamadas beliche
Ou em casa
de trapiche
A cabeça no
telhado
Ficar com o
quengo inchado.
E ainda
ouvir um vixe!
Uma unha
encravada
Naquele dedão
do pé
Sovaqueira e
chulé
Numa sala
apertada.
Cantador sem
cantar nada
Somente o
decorado
Mas doidinho
aperreado
Querendo logo
dinheiro
Inda diz pro
companheiro
Oh povinho
amarrado!
Dormir em
rede mijada
Com um
lençol bem pequeno
Sentir o
frio sereno
Durante a
madrugada
E quando a
manhã chegada
Não querer
se levantar
O cheirinho
pelo ar
De mijo
azedo, vencido
E a mãe no
pé do ouvido
Mandando banho
tomar.
A mentira
descabida
Em tempo de
eleição
O político espertalhão
E de cara
deslambida
Cabra de
leitura lida
Nos manuais
da “roubice”
E que faz da
canalhice
Sua lição
principal
Tremendo cara
de pau
Reizinho da
safadice.
Vizinha língua
comprida
Faladeira e fofoqueira
Aquela bem
barraqueira
Afoita e
atrevida
Que não vive
a sua vida
Só liga pra
do vizinho
E leva o dia
todinho
Porta em
porta e calçada
Em casa
nunca faz nada
Oh pedaço de
povinho!
Mas eu preciso
parar
E digo neste
momento
O ódio é um
sentimento
Que também
vou odiar
Então pra não
complicar
E não
encerrar agora
Neste momento
e hora
Pra quem esse
verso ler
Vamos então
escrever
Sobre o que
a gente adora.
Parabéns grande Benildo!
ResponderExcluirMuito bem feito o trabalho li mais de uma vez. Muito bom mesmo. Muito poeta dito grande não faria melhor.
Um elogio vindo de um poeta da sua estirpe Juca Santos serve, simplesmente, de combustível para mover o motor do nosso projeto. Disse NOSSO hein?! Espero as sua obras para futuras (breves) publicações.
ResponderExcluirParabens pelo seu belo trabalho.
ResponderExcluirFicamos felizes em ver o nosso trabalho sendo lido por pessoas que realmente gostam da poesia. Obrigado Maria de Lourdes!
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