(Benildo Nery)
Tai veno
aquela muié
Sentada
aculá sozinha?
Ela já foi
muié minha
Cumeu da
minha cuié
Mai só
vivemo inté
Deu certo,
conde num deu
Eu peguei o
que era meu
Deixei o que
era dela
Saí, bati a
cancela
E hoje aqui
estô eu.
Sem ninguém
mai bem filiz
Tranquile iguamente
um monge
Tudo proque eu
tô longe
Daquela pobe
infiliz
É como o
ditado diz
Isso eu
tenho bem gravado
Num é bom fica
laigado
Sem chamego,
sem carinho
Mai é mió vivê
sozinho
De que má acumpanhado.
Ela inté que
era uma
Dona de casa
decente
Sirria, era
contente
Me dava amô
de ruma
Mai só quela
disapruma
Com a febe
do ciúme
Num há diabo
que aprume
Fica toda
macriada
Dá pra vê
que tá errada
Mai seu erro
num assume.
Conde de
casa eu saía
Ficava
aperriada
Sentava lá
na carçada
Numa
tremenda agunia
Inquanto ela
num via
Eu vortano
num entrava
Conde eu em
casa chegava
Tome a recramação
Xingamento,
palavrão
Cum o
satanai de brava.
Pregunta era
um milhão
Que a
disgramada fazia
Se eu
cunvessei cum Maria
Filha de Seu
Bastião
Ô se eu fui
cum Valadão
Lá pra rua
lá de cima
Onde fica o
Bar das Prima
E pareceno
uma insana:
- Tu tava tumano
cana
Cum essa
históra de rima!
- Tu é mermo
sem futuro
Bicho véio imprestave
Eu fico aqui
toda amave
Todo dia
dano duro
Curtivano um
amô puro
E tu
arrumano intriga
Parece gostá
de briga
Proque sinão
num saía
De casa
assim todo dia
Cum bando de
rapariga.
Eu só ficava
iscutano
Calado sem
dizê nada
Dava fé as burduada
Que ela
vinha me dano
Dueno mai aguentano
Todo aquele
disaforo
Uma caninga,
um aigoro
Que só fez
alimentá
A decisão de
deixá
Nosso lar,
nosso tesoro.
Hoje veno
ela assim
Sozinha e
abandonada
Má vestida,
embriagada
Na mesa dum
butiquim
Dá uma
agunia sim
Uma dô bem
dento deu
Sinto que
nós doi perdeu
Cum nossa separação
Mai tá bom
assim patrão
Eu sem ela,
ela sem eu.
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