sexta-feira, 23 de outubro de 2015
quarta-feira, 14 de outubro de 2015
quinta-feira, 8 de outubro de 2015
GUIA PRÁTICO DE UM BABÃO
(Benildo Nery)
Pra você ser
um sujeito
Do tipo bem
afamado
Frequentar
só lugar chique
Ser sempre
requisitado
Dificuldade
tem não
Basta só
virar babão
Que terá bom
resultado.
Tem que ser
determinado
Primeiro
lugar que tudo
Vergonha não
pode ter
Tem que ser
firme e raçudo
Ser fiel
bajulador
Não chorar
mesmo com dor
Do cortejado
o escudo.
Nunca pode
ficar mudo
Quando o
papo é defender
Ofereça a cara
a tapa
Se alguém
cismar bater
Na cara do
escolhido
Pode até
sair ferido
Mas aja
assim com prazer!
O escolhido
pode ser
Qualquer
pessoa bacana
Que você o
ver bem pouco
Só nos
finais de semana
Mas como é
endinheirado
Se sinta
lisonjeado
Com uma dose
de cana.
Sem nem
piscar a pestana
Pode elogios
rasgar:
“Só sendo um
patrão forte
Pra na mesa
me aceitar!
Poço de boa
vontade
Esse sim tem
qualidade
E ninguém
pode negar!
Depois
busque sempre estar
Aonde ele
estiver
Se ele
estiver sozinho
Com a
família e a mulher
Jogue de
lado o receio
Se soque ali
no meio
Mesmo se não
lhe couber.
Ai se chance
tiver
Não fique
parado a toa
Conte logo
uma piada
Uma fofoca
da boa
Fale de
coisas do mundo
Num papo
franco e profundo
Se souber,
faça uma loa!
Mostre ser
boa pessoa
Muito mais
que o normal
Busque isso,
faça aquilo
Dê uma de serviçal
Que ao verem
a sua bonança
Ganhará a confiança
De uma forma
especial.
Aja de forma
igual
Pra sua
esposa entrosar
Com a esposa
do fulano
Pra acabar
de completar
Vá seguindo
o mesmo trilho
Incentive o
seu filho
Para com o
dele brincar.
Se esse
fulano trilhar
No caminho
da política
Será
inadmissível
Alguém fazer
uma crítica
Diga que é
mentira, negue
Ao falador
não se entregue
Use a tática
antiofídica!
Entre para a
estatística
De quem
arregaça a manga
Que lidera o
apoio
Que age
feito um “capanga”
Que nunca se esquece disso:
Honrar o seu
compromisso
Mesmo só por
bugiganga.
De quem
nunquinha se zanga
Por estar
sendo exigido
Já que o que
mais interessa
É o
compromisso cumprido
De uma forma
bem fiel
E a certeza
que o papel
Sempre é bem
desenvolvido.
Esteja
sempre provido
De grande
disposição
Ao chegar a
temporada
De pleito,
de eleição
Vários
papéis logo assuma
Faça serviço
de ruma
Mostre qual sua
função.
Faça a
preparação
De tudo que precisar
Pra festa da
passeata
Muito bonita
ficar
Botons,
santinhos, bandeira,
Faça tudo na
carreira
Para
impressionar.
Corra pra
ornamentar
O caminhão
do palanque
Sempre tem
outros babões
Mas seja
forte, não manque
Não precisa
querer mal
Mas pra ser
o principal
Seja firme e
os desbanque!
Depois com
força de um tanque
Se mostre o
mais notório
Receba as
autoridades
Assuma o
refeitório
Sirva água,
cafezinho
Sem ninguém,
faça sozinho!
O que for de
adjuntório.
Na hora do
foguetório
Você deve
estar presente
Com várias
caixas na mão
Um cigarro
ou brasa quente
Pra fazer
grande zoada
Pra rua
ficar lotada
De e
eleitores, de gente.
Se destaque
lá na frente
Na hora da
passeata
Fale que tem
gasolina
Em dia de
carreata
O que é nó
desembaralhe
Não esqueça
um só detalhe
Segure essa
batata!
Se prepare
pra bravata
No dia da
votação
Assuma que
está em guerra
Com quem for
oposição
Pode até
arengar
Pois o que
vale é ganhar
A referida
eleição
Mas se for
decepção
A peste do
resultado
Aja como
todo o grupo
Xingue,
fique revoltado
Só que nunquinha
se renda
Se agarre em
sua prenda
Deixe-o bem
escoltado.
Permaneça do
seu lado
Firme no
acompanhar
Se ele for
com a família
Para a praia
descansar
Ou pra
tentar se esconder
Você sabe o
que fazer
Vá lá com
ele pescar!
segunda-feira, 5 de outubro de 2015
DEU A LOUCA NA DIREITA
(Benildo Nery)
Ela sempre
dominou
A política do
passado
Reclamação
não havia
Tudo era bem
arranjado
Resultado marcadinho
Opositor
amiguinho
Era sempre o
derrotado.
Depois do
pleito findado
Voltava à
normalidade
Cargo a um e
a outro
Sem valer capacidade
“Não recebeu
um ofício?
Tome aqui
seu benefício
Preserve
nossa ‘amizade’!”
Numa ou
noutra cidade.
Ganhava a
oposição
“Ouve fraude
eleitores
Não valeu a
votação!
A justiça
apurou
E o juiz
despachou
Tá feita a
anulação!”
Desde a
colonização
Assim que o
poder se dava
Câmaras
Municipais
Ao povo
representava
Formada por
homens-bons
Conduzia nos
seus tons
A vila que governava.
Quando a
caminho trilhava
Passos da
independência
Os mesmos
tais homens-bons
Demonstrando
a competência
Que tinham
pra governar
Cuidaram de
apoiar
Pedro em tal
diligência.
A mesma “benevolência”
Nos palcos republicanos
Apoiaram a
monarquia
Depois mudaram
os planos
Dos coronéis
ao Varguismo
Em meio ao
militarismo
Governo, os
mesmos fulanos.
Os personagens
mundanos
Podre em
terras lusitanas
De lá foram
escorraçados
Posaram aqui
de bacanas
Gerações da
roubalheira
Que levaram
a vida inteira
Nessas
armações sacanas.
Para o povão
só bananas
Farpas e
restos de tudo
E este
sempre parado
Agindo tal
surdo e mudo
Sustentado a
água e pão
Sem nenhuma
proteção
Sem amparo,
sem escudo.
Finalmente
em tom agudo
Os menos
favorecidos
Aos poucos
vão protestando
Ficam menos
reprimidos
No campo e
na cidade
Cobram
oportunidade
Seguros, bem
decididos.
Um tanto
“desprevenidos”
Homens-bons tomam
lapada
A esquerda
do povão
Que nunca
ganhava nada
Faz desse
grupo fregueses
Subindo por
quatro vezes
O Palácio da
Alvorada.
Oportunidade
dada
Aos que
durante a história
Levaram uma
vida dura
Sem sucesso,
vida inglória
De galgar
novo horizonte
De brilhar
alto, no monte
De uma nova
trajetória.
E vendo essa
vitória
Do povão
sempre explorado
A direita
ficou pasma
Por não ter
acreditado
Que todo seu
artifício
Usado desde
o inicio
Tinha sido
copiado.
Com o jogo “equilibrado”
Campanha
passa a ser feita
Usando os
mesmos recursos
Seguindo a
mesma receita:
Honestidade,
bem pouca
E isso tem
deixado louca
A poderosa
direita.
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