quarta-feira, 13 de julho de 2016

DE SANTA SÓ TEM O NOME

Benildo Nery

 

Maria de Madalena
Quando era bem novinha
Era tranquila, pacata
Depois que ficou mocinha
E a cebola esquentou
Pra namorar desasnou
Tá com o diabo a danadinha.

Juntou-se com a vizinha
Outra quem tem pá virada
Todo final de semana
De noite faz arribada
Com outras da mesma idade
Cascaviando a cidade
Atrás de uma balada.

E topa qualquer parada
Que a turminha sugerir
A mãe dá conselho a ela
Lhe pede pra não sair
E ela não dá nem ouvido
Não atende o seu pedido
Vai com a galera curtir.

Quando volta vai dormir
Com o dia amanhecido
Só acorda ao meio dia
Quando o almoço é servido
Come e volta a se deitar
Para então se levantar
Com o dia escurecido.

Janta o prato preferido
Quarenta com carne assada
Toma um banho bem tomado
Bota uma roupa ousada
Fica toda cheirosinha
Grita chamando a vizinha
E sai com ela colada

A rota já tem traçada
Desde a noite que passou
Fulana vai com sicrano
Já que fulano furou
Carro ou moto tanto faz
Com outra moça ou rapaz
O importante é que eu vou.

E como se combinou
Bate a turma em arribada
Gritando e piruetando
Numa bagunça danada
E já vão se aquecendo
Com uma latinha bebendo
Até chegar na balada.

Mulher não paga a entrada
Oh, coisa boa da porra!
Só vamos sair no fim
Espero que ninguém corra
Vamos beber, farrear
Nos divertir, namorar
Pode entrar minha cachorra!

Até que o suor escorra
Lá pra baixo da canela
Esta noite eu vou dançar
Com você minha cadela
E se atracam no salão
Que só falta o coração
Pular fora da titela.

Para não secar a goela
Cerveja só da gelada
Vodca no copo pura
Ou com Fanta misturada
E para no grau ficar
Vão lá fora para dar
Vez em quando uma "pitada".

Já encerrada a balada
É hora de ir pra casa
Toda a turma se reúne
Com os corpos ardendo em brasa
Numa noia infeliz
Um ou outro ainda diz:
- Essa turma aqui arrasa!

Da balada até em casa
Rola muito mais bebida
Maria de Madalena
Que é a mais exibida
Fala alto, grita, canta
Que até o Diabo se espanta
Com seu jeito de enxerida.

Praticamente despida
Parece feita de mola
Toda mole se contorce
Dança, requebra e rebola
E os cabras lhe agarrando
De mão a outra passando
Como se fosse uma bola.

E depois que a pistola
Acha a brecha da bainha
É que ela sossega o facho
Fica calma, bem calminha
Logo se apaga a brasa
E ela então vai pra casa
Isso já de manhãzinha.

Ela e sua vizinha
Amiga e companheira
Que juntas pintam o sete
Fazem da vida doideira
Retratando a vida urbana
Todos finais de semana
Se entregam à bagaceira.

 


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