quinta-feira, 28 de julho de 2016

DICIONÁRIO DA GENTE

(Benildo Nery)

 

Ai como é criativo
Esse ser chamado gente
Batiza e dá nome a tudo
Que encontra pela frente
Quando de um não gostar
Cuida logo de trocar
Por outro bem diferente.

E de forma competente
Começa a divulgar
O tal nome de tal coisa
Que ele resolveu mudar
E sem nenhum contratempo
Em muito pouquinho tempo
Todos começam a usar.

Sendo assim escutar
Nesses dias atuais
Pênis, ânus, axila
É coisa rara demais
Ouvir testículos, vagina
Nomes esperma e urina
Também não se ouve mais.

Viraram nomes normais
Pêia, furico e suvaco
Em vez de chamar testículos
Se chama cunhão ou saco
O esperma de gala, e urina
De mijo, e a vagina
Xibiu, priquito ou tabaco.

E isso é só um taco
Pois há vários pra mostrar
Pra você não esquecer
Na hora que for falar
Pegue aí uma prancheta
Papel, lápis ou caneta
E comece a anotar.

Quando o cabra vai falar
Tórax fala titela
Se for falar a garganta
Pronuncia a guela
Tíbia nunca é falada
Pois a mais pronunciada
É a palavra canela.

Quando o cabra leva aquela
Pancada no seu nariz
Ele reclama da dor
E logo em seguida diz:
“Brincadeira mais nojenta
Torasse meu pau das venta
Saí pra lá, oh infeliz!”

E se esse infeliz
Tem a munheca de aço
Dá na boca do estambo
Ou por trás no espinhaço
E se ele reclamar
É certeza de levar
Mão por cima do cachaço.

Aí não se tem abraço
Só arenga e baxaria
Soco na taba do queixo
Vários chutes nas viria
Zoi, zurêia tome mão
Pense numa confusão
Para encerrar a poesia!
 


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