sexta-feira, 10 de outubro de 2014

ORGULHO DE SER NORDESTINO

(Hiago Machado)



O meu lugar por Deus é abençoado
Terra de gente unida, firme e forte
Mais brava até que a própria morte
Aqui cada um tem o seu legado
Minha arte é cuidar de pasto e gado
Vivo com pouco desde menino
Mas povo feliz como o meu, duvido
Nós fazemos uma flor brotar no sertão
Pois se tem algo que eu não abro mão
É do orgulho de ser um nordestino

Sou da Terra de Ciço do Juazeiro
Sou de Cascudo, Patativa e Suassuna
Sou do mestre Gonzaga, Velho Lua
O maior de todos os sanfoneiros
Sou da Terra do maior cajueiro
De praias que te deixam estarrecido
De mulheres que deixam o queixo caído
Garanto, aqui tudo chama sua atenção
Pois se tem algo que eu não abro mão
É do orgulho de ser um nordestino

Sei que minha mão é toda calejada
Mas são mãos de quem é trabalhador
Já tive mãos finas como uma flor
Até engrossar pelo cabo da enxada
Confesso que minha vida é suada
Mas nada dela eu ponho ou retiro
Sou feliz por tudo que tem acontecido
Porque Deus escreve e ele tem razão
Pois se tem algo que eu não abro mão
É do orgulho de ser um nordestino.

Nossos costumes merecem ser passados
Com prazer para as próximas gerações
Tenho orgulho de nossas tradições
Das mais simples até as mais lembradas
Dizem que a gente tem a vida pacata
Mas aventuras no sertão tenho vivido
De muitas delas saio aprendido 
Portanto preste muita atenção
Pois se tem algo que eu não abro mão
É do orgulho de ser um nordestino.

Não tenho nada contra quem é do sul
Mas uma coisa eu digo e reafirmo
O sul quem ficaria perdido
Caso se separasse do nordeste
Aqui só ia ter cabra da peste
Somos valentes e não nos damos por vencido
Sem a gente o sul seria um rebuliço
Por isso pelo licença com educação
Pois se tem algo que eu não abro mão
É do orgulho de ser um nordestino.
 
O segredo para aguentar essa vida dura
É muita coisa simples assim como a gente
O tipo de cantoria que escuto  é o repente
Só como coisa humilde, tudo sem frescura
Manteiga de garrafa, cuzcuz e rapadura
Correr vaquejada é meu esporte desde menino
Puxar boi e derruba-lo na faixa é o meu destino
O herói que idolatro é Virgulino, o Lampião
Pois se tem algo que eu não abro mão
É do orgulho de ser um nordestino.

Agora meu amigo, te faço um desafio
Depois de tudo que eu te contei
E de coisas que ainda nem falei
Procure dentro desse Brasil
Entre grandes riquezas, verdes matas e céu anil
Entre pretos, brancos, índios, pobres e ricos
Gente mais feliz do que nós, isso eu duvido
Temos humildade por vida e muito amor no coração
Pois se tem algo que eu não abro mão
É do orgulho de ser um nordestino.

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