segunda-feira, 27 de julho de 2015
domingo, 19 de julho de 2015
MONTANHAS
(JC Paixão)
Montanhas tem sua história
Contada desde o leste
Aos seus pontos norte e sul
Chegando até o oeste
Relembrando o apelido
A Suíça do Agreste.
Hora chamo município
As vezes chamo cidade
Se não for a mesma coisa
Desculpe por caridade
Pode ser força do hábito
Falo com sinceridade.
Só sei que minha Montanhas
É lugar bom de morar
Pode haver controvérsias
Ninguém pode ignorar
Mas com Montanhas em festa
Vamos é comemorar.
No dia (20) vinte de julho
Do nosso ano corrente
Dois
mil e quinze é o ano
Preste atenção minha gente
Cinquenta e dois anos faz
Que Montanhas é independente.
Antes de “(63) sessenta e três”
Ano de emancipação
Montanhas já existia
É só prestar atenção
Lembrando dos ancestrais
Lá no sítio Riachão.
E os índios Paiaguá
Que numa época passada
Habitaram esse espaço
Não esqueceremos nada
Da Lagoa de Montanhas
E Lagoa das Queimadas.
Sei bem que essa cidade
Tem coisa boa e bonita
Tem cultura popular
Tem cultura erudita
É uma
beleza rara
Só quem conhece acredita.
As datas memorativas
Todas são bem festejadas
Também se tem tradição
Das festas de vaquejadas
E tem belezas turísticas
Que podem ser exploradas.
Hoje esse município
Visita terras estranhas
Seja no Brasil afora
Ou pras bandas da Alemanha
Viaja através do blog
Os poetas de Montanhas.
Do nosso grande Brasil
Montanhas é um pedacinho
A população é mista
É só olhar direitinho
É um povo hospitaleiro
Trata todos com carinho.
O pai de Montanhas disse
Minha filha tome tento
Eu já sou um Pedro Velho
Vejo tudo, não invento
Segure bem sua saia
Cuidado com esse vento.
Montanhas e sua matriz
Ainda tem ligação
O cartório eleitoral
Que apura a eleição
Une os dois municípios
No dia da apuração.
Pedro Velho e Montanhas
Ainda mantem seus laços
Seja com profissionais
Seguindo os mesmos passos
Separou-se os municípios
Mas os povos dão os braços.segunda-feira, 13 de julho de 2015
ABSTRATO
(Kynheo Ferreira)
Vale mais que o dinheiro
mais doce do que o mel
nos leva até o céu
dos bons é sempre o primeiro
da vida é o carpinteiro
princípio, meio e fim
lírio, cravo do jardim
chega sempre sorrateiro.
É a porta de entrada
e escape de saída
dá o sentido da vida
a mais bela caminhada
o pé firme na estrada
trilhando a felicidade
a mais bela qualidade
mas é fera indomada.
Transforma feio em bonito
o defeito em virtude
floresce a juventude
cria vida no atrito
inimigo no conflito
traz só a benevolência
cria nova existência
sentimento infinito.
tem a força do tornado
derruba qualquer barreira
ultrapassa a fronteira
libertando o degredado
em rima e prosa é cantado
vendaval de emoções
faz pulsar os corações
não deve ser contestado.
Bem mais lindo que a flor
mas puro que a criança
força, paz e esperança
suporta a morte e a dor
nos derrete em seu calor
mesmo sendo abstrato
sentimento mais sensato
isto sim... é o amor.
quarta-feira, 8 de julho de 2015
IRONIA DO DESTINO
(Benildo Nery)
Dos filhos
de Seu Cazuza
Juninho foi
sempre errado
Andava
sempre encangado
Com o filho
de Vanuza
Mais
conhecido por Zuza
Da sua mesma
“iguaia”
E ali no
bairro Jandaia
E por toda
região
Aprontavam
de montão
Com outros
da mesma laia.
Passavam o
dia inteiro
De rua em
rua zanzando
Só das “boas”
aprontando
Feitos uns
arruaceiro
Se um era
presepeiro
O outro era
muito mais
E junto com
os demais
Tomavam
cana, jogavam,
Desentendidos
brigavam
Feito um
bando de animais.
Conselho
nenhum ouvia
Dos pais, do
padre ou pastor
O que chamam
professor
Pra ele nem
existia
Porque o que
mais valia
Na vida era
curtição
Farra e
badalação
Junto com
sua galera
Vez em
quando uma paquera
Somente pra
“zuação”.
Quando o dia
findava
A noite é
que era bom
Aonde
tivesse um som
Ligado a turminha
estava
Não sei onde
arrumava
Grana para
tudo aquilo
Se vestir
bem, com estilo
Fumar,
beber, farrear
Sem nunca se
aperrear
Sem
trabalhar, bem tranquilo.
Aí foi
inevitável
Começar a
falação
Dizia Seu
Valadão:
―
Isso é inacreditável
Como é que um
imprestável
Que não faz
porra nenhuma
Só vive
tomando uma
Farreando
noite e dia?
Certo como o
gato mia
Está
aprontando alguma!
Já sua
mulher dizia
Como quem
lhe desaponta:
― Mas
não é da nossa conta
Se ele curte
noite e dia
Se fosse, eu
me importaria
Como não,
fico calada
Se ele faz
coisa errada
Pra poder
arrumar grana
Um dia ele
vai em cana
Pra deixar
de presepada!
Geraldo de
Bastiana
Que era mais
desbocado:
―
Tá saindo é com viado
Por isso tem
tanta grana!
Ou num dia
da semana
Ele tira pra
roubar
Ou então pra
enganar
Velho
capenga e manco
Na maquininha
do banco!
Um dia vai
se lascar!
Numa rodinha
formada
Em certo
ponto da rua
Cada um
dizia a sua:
A conversa
era acirrada:
“Rapaz... eu
não sei de nada!”
“ Não tem como não, só sendo
Que droga
ele tá vendendo!”
“O cara tá
bem demais!”
“Cada dia
ganha mais!”
“Está quase enriquecendo!”
E Juninho ia
seguindo
A vida de
ostentação
Sem dar
nenhuma atenção
Fingia não
tá ouvindo
Por esse
mundão curtindo
Com seus
amigos do peito
E sempre do
mesmo jeito
Anos foram
se passando
Maioridade
chegando
Sempre a
viver do malfeito.
Estando maior
de idade
Tomou uma decisão
Deixou sua região
Foi morar
noutra cidade
E na “informalidade”
Como sempre
ele viveu
Turma nova
conheceu
Seguindo a
mesma trilha
Formou a sua
quadrilha
No seu
"negócio" cresceu.
Fez jus ao
que se dizia
Sobre ele em
Jandaia
Comprou
casarão na praia
Festa mais
festa fazia
O lucro que
contraia
Com as suas
armações
Investia em
ações
Joias e carro de luxo
E claro enchendo
o bucho
Em festejos
nas mansões.
Em Jandaia
se ouvia
Notícias de
um tal ricaço
Que deixou o
seu regaço
Mas que um
dia voltaria
Pra fazer a
alegria
De toda
aquela gente
Distribuindo
presente
Para quem lhe
criticou
"Tudo bem! Já
perdoou!
Apagou da
sua mente!"
Passaram anos,
mais anos
Quando uma
segunda feira
Uma notícia
ligeira
Que não estava
nos planos
Foi dada
pelos seus manos:
― O Juninho
vai chegar!
Nosso pai
vai lhe pegar
Hoje no
aeroporto!
Vem num
caixão, está morto!
E amanhã vai
enterrar!
quinta-feira, 2 de julho de 2015
CURTUME DE ALMAS
(Benildo Nery)
Sou um
amaldiçoado
Sem pai, sem
mãe, sem parente
Feito um
reles indigente
Sem deixar
nenhum legado
Fui nessa
cova jogado
Sem direito
aquela cruz
Que a fé do
mundo conduz
Sem choro e
sem rezador
Como o pior
pecador
Que não tem
direito a luz.
Junto a mim há
outros tantos
Cumprindo a mesma
sentença
Sentindo a
indiferença
De quem não
derramou prantos
E nem nos
cobriu com mantos
Ou com uma
veste decente
Num breve futuramente
Já nem
seremos lembrados
Comentados e
guardados
No coração
de um somente.
Espero ser
pagador
Aqui nesse
vil lugar
De tudo que
eu quis pecar
Quando fui
um visitador
Desse mundo
sem pudor
De culpado
que condena
Da maldade bem
serena
Camuflada em
bondade
E que faz da
caridade
A maior e
pior pena.
Sendo assim sei
ficarei
No submundo
deitado
Cada um que
for pecado
O seu preço
pagarei
Do meu lado outros
verei
Pagando o
que estou pagando
Eternamente aguardando
Um facho de
luz, um lume
Que nos
livre do curtume
Noutro mundo
acordando.
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