quarta-feira, 25 de novembro de 2015
quarta-feira, 18 de novembro de 2015
A "DERROTA" DE UM POETA
(Benildo Nery)
Um dia eu
estava num bar da cidade
Tomando aquela
cerveja gelada
Sentado do
lado da rapaziada
De grande
prestígio e capacidade
Cada um
mostrando sua qualidade
Tratando de
temas, assuntos diversos
Das Terras,
dos mares e dos universos
E de vez em
quando eu tomava a vez
E então
demonstrando a minha altivez
Eu falava
tudo em forma de versos.
Aí um
sujeito que estava sentado
Que não
entendia de merda nenhuma
Quando abria
a boca falava uma ruma
De um
converseiro bem desencontrado
Com a minha
conversa ficou invocado
Porque vez
em quando a turma aplaudia
E quando a
vez dele somente sorria
Noutras
vezes nem prestava atenção
Daí começou
toda confusão
Que eu conto
agora em forma de porfia.
Vieram pra
mim assim perguntar:
Que graça tu
achas em coisa de rima
Uma
conversinha pra baixo e pra cima
Pra um lado,
pro outro sem nunca parar
Enquanto tem
gente que quer conversar
Sobre outras
coisas tu vem com repente
Não vê que
com isso desagrada a gente
Amigo me
escuta, vê se te orienta
Senão desse
jeito ninguém mais te aguenta
E acaba o
banindo do nosso ambiente.
Confesso por
isso fui surpreendido
E sem meias
palavras tive que dizer:
Poeta amigo
eu nunca quis ser
Mas por essa
arte acabei seduzido
E a
experiência que tenho vivido
Me faz ser
um cara bem capacitado
Pra em todo
local que estiver sentado
Não perder
meu tempo ouvindo besteira
De um Zé
Ruela que só diz asneira
Um ignorante,
pequeno e tapado.
Eu trato de
coisas que são relevantes
De forma
completa e sempre rimada
Com muito
requinte, bem metrificada
Coisa que só
cabem aos que são gigantes
Defendo os
bons, bato em meliantes
Respeito
aquele que me respeitar
Converso com
quem quiser conversar
Mas sempre mostrando
que sou diferente
Pois sendo
poeta gosto do repente
E amo a arte
de improvisar.
Que culpa eu
tenho meu caro colega
Se tua
conversa não empolga a ninguém
Que por ser
leseira ouvinte não tem
Carga
negativa o que ela carrega
Por ser tão
nociva somente trafega
A reles
estrada da hipocrisia
Difere de
quem usa da cortesia
Pra levar um
papo bem extrovertido
Espalhando o
brilho que está contido
Nos versos
mais belos de uma poesia.
Se eu fosse
você estaria calado
Não me
meteria em nenhuma conversa
Pois só fala
coisa vazia, dispersa
Bem própria
de que não é “antenado”
Quem mandou
você não ter estudado
Só levar seu
tempo com onda de farra
Aí fica
zonzo quando se esbarra
Com um cara
letrado, com papo primeira
Na parte do
tudo eu sou parte inteira
E você não
passa de uma gambiarra.
Desculpa se
eu estou sendo agressivo
Não costumo
agir com tanta dureza
Mas é que
você conseguiu a proeza
De hoje me
tirar do estado passivo
Mediante
isso você deu motivo
Pra nesse
ambiente eu te maltratar
Levanta essa
bunda da mesa do bar
Sai dessa
disputa de quem bebe mais
Pois entrar no
grupo dos sensacionais
Só indo
sentar-se num banco escolar.
Aí sim terás
meu maior respeito
Aí te darei
ouvidos até
Mas antes o
trato como um pangaré
Que nunca
diz uma frase de efeito
Eu te
abomino, eu não te aceito
Então é
melhor você se calar
Não... acho
melhor eu me levantar
E falei
assim: Licença minha gente
Já que não
me querem nesse ambiente
Licença,
licença, vou me retirar!
sexta-feira, 13 de novembro de 2015
A SAGA DO BEIJO E DO ABRAÇO
(Kynheo Ferreira)
Um beijo bem
aplicado
é pra guardar na lembrança
um abraço
apertado
mas a gente
não se cansa
beija ,
abraça e quer mais
isto pode
ser capaz
de nascer
uma criança.
Entre o
beijo e o orgasmo
o abraço e o
carinho
o sujeito
fica pasmo
desejando
outro beijinho
no momento
do prazer
em um pleno
florescer
um rebento,
bebezinho.
No vigor da
juventude
túrgida virilidade
sexo na
plenitude
o amor com
liberdade
um desejo
que consome
outro sonho
tem um nome
gênero, com
igualdade.
Quando a
cama é escolhida
como o pomar
desejado
tem a fruta
preferida
é a maça do
pecado
que salvou
Adão e Eva
livrando a
gente da treva
do viver
celibatado.
Doce,
sublime é o beijo
que nos leva
ao espaço
oriundo do
desejo
de mantê-la
no regaço
no soberano
recinto
isto é tudo
que sinto
flutuando em
teu abraço.
quinta-feira, 5 de novembro de 2015
AS VÁRIAS FACES DE UM NOME
(Benildo Nery)
Uns nascem
pra ser José
Outras
nascem pra Maria
Isso depende
do dia
Ou do
tamanho da fé
E às vezes
depende até
Do certo
grau de cultura
Ou até
também da altura
Social que
esse alguém tenha
Sendo assim
não se desdenha
Da graça da
criatura.
Vale que o nome
é dado
No ato do
conceber
Ou depois de
se nascer
No ato do
batizado
E será nesse
traçado
Que a vida
seguirá:
“Ô Maria
venha cá!”
“José vê se
te levanta!”
“Maria é uma
santa!”
“Igual a
José não há!”
O pior que
ao olhar
Para a cara
de alguém
Na nossa cabeça
vem
Um nome pra
lhe chamar
Corremos
risco de errar
E isso é bem
relevante
Já que no
dado instante
Não se sabe
a reação
Se ele
gostará ou não
Se será algo
irritante.
Às vezes se
abrevia
O tal nome
que foi dado
Na hora do
batizado
Um apelido
se cria
Lu é dado
pra Luzia
E Biu para
Severino
Antônio,
Tonho ou Nino
Gegê dado
pra Geraldo
Naldo para
Ednaldo
E Leo para
Leotino.
Isso pra
citar somente
Os apelidos
comuns
Sei que
existem alguns
De um ouvir
quase frequente
Frente a
isso tenho em mente:
Quincas,
Nenê e Piico
Sinho, Pipia
e Tico
Têca, Tôta e
Tonheca
Popa,
Bilinho e Bileca
Beba, Tininho
e Lico.
E não é raro
encontrar
José com
cara de Zé
Izabel com a
de Zabé
Babá com a de
Baltazar
Mar com a de
Lindomar
Tina com a
de Cristina
Silvia com a
de Severina
Tita com a
de Batista
E fechando
essa lista
Carol com e
da Carolina.
Mas por
outro lado tem
Quebra de
regra e então
Toda essa
relação
Perde todo
o seu amém
E quando o
cristão vem
Pro mundo em
dia sagrado
Mesmo por Santo
marcado
O seu nome
ele recebe
É aí que se
percebe
O que é ser
desregrado.
E o que se
ver sendo assim
É o cabra ser
João
E ser mais ruim
que o cão
Um Abel ser
um Caim
Macho com o
nome Joaquim
Que anda
todo remexendo
Outro por
Pedro atendendo
Mas da
igreja passa longe
Norberto que
não é monge
O errado
vive fazendo.
Tem muitas “santas”
que nem
Ao menos da
casa cuidam
Dos seus
filhos se descuidam
E não ligam
pra ninguém
Montes de
Luzia têm
Mas não
iluminam nada
Joana D’Arc
desalmada
Que o
coletivo esquece
Maria que
não merece
Ser chamada
Imaculada.
Mas também
existe gente
Que não tem
nome de santo
Mas se é
mulher usa um manto
Se é homem é
competente
Sempre tem o
bem na frente
Trata os
outros com carinho
É amigo e
bom vizinho
Zela o seu matrimônio
Nasce para
ser Antônio
Mas é
chamado Serginho.
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