quarta-feira, 25 de novembro de 2015

A MUSA DA MINHA RUA - PARTE III

(Benildo Nery)

Olha que coisa mais bela
Faceira e encantadora
É ou não é redentora
Aqui da nossa favela?
Uns dizem que ela apela
Com todo seu requebrar
Já eu: se ela quebrar
Um tico do requebrado
Meu ego está condenado
A própria vida tirar.

Meu dia começa bem
Só de pensar em revê-la
Sei que nunca irei tê-la
Mas pra isso estou nem
Ligando, pois sei que tem
Muito mais a aproveitar
Do que somente abraçar
Sentar na relva, na grama
Rolar com ela na cama
E a noite inteira se amar.

Eu quero é apreciá-la
De longe que é mais gostoso
Pense como é prazeroso
Eu aqui a cortejá-la!
Sem precisar nem tocá-la
Meu ego alimentando
Todo dia a desejando
Sem ter dela uma beira
Mas não ter que fazer feira
Nem ter que sair gastando.

Pois é preciso ter grana
Pra bancar sua beleza
Toda a sua finesa
E o seu jeitão bacana
Seria uma coisa insana
Pensar isso no momento
Então serve como alento
Vê-la com o seu marido
E eu aqui agradecido
Já que não sou ciumento.

Sei que já estão falando
Que eu sou gamado nela
E que o marido dela
Já andou até sondando
Mas eu não estou ligando
Pra mim isso não importa
Já que tenho vida torta
Não a tiro de minha mente
Sigo reto, vou em frente
Vê-la só já me conforta.

Quem não gostar vá roendo
De inveja, seque ou morra,
Mude da favela ou corra
Pra onde não possa estar vendo
Mas deixe ela aqui vivendo
No seu canto sossegada
E que sua requebrada
Continue me encantando
Pra lá, pra cá balançando
Essa bundinha sagrada.

Se o seu marido zangado
Resolver me procurar
De mim irá escutar:
Tu és um abençoado
Pode ficar descansado
Que ela será sempre sua
Linda, vestida ou nua
Comigo nunca esquente
Pra ti ela é um presente
Pra mim musa de minha rua.


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