(Benildo Nery)
Olha que
coisa mais bela
Faceira e encantadora
É ou não é
redentora
Aqui da
nossa favela?
Uns dizem
que ela apela
Com todo seu
requebrar
Já eu: se
ela quebrar
Um tico do
requebrado
Meu ego está
condenado
A própria
vida tirar.
Meu dia
começa bem
Só de pensar
em revê-la
Sei que
nunca irei tê-la
Mas pra isso
estou nem
Ligando,
pois sei que tem
Muito mais a
aproveitar
Do que
somente abraçar
Sentar na
relva, na grama
Rolar com
ela na cama
E a noite
inteira se amar.
Eu quero é
apreciá-la
De longe que
é mais gostoso
Pense como é
prazeroso
Eu aqui a cortejá-la!
Sem precisar
nem tocá-la
Meu ego
alimentando
Todo dia a
desejando
Sem ter dela
uma beira
Mas não ter
que fazer feira
Nem ter que
sair gastando.
Pois é
preciso ter grana
Pra bancar
sua beleza
Toda a sua
finesa
E o seu
jeitão bacana
Seria uma
coisa insana
Pensar isso
no momento
Então serve
como alento
Vê-la com o seu
marido
E eu aqui
agradecido
Já que não
sou ciumento.
Sei que já
estão falando
Que eu sou
gamado nela
E que o
marido dela
Já andou até
sondando
Mas eu não
estou ligando
Pra mim isso
não importa
Já que tenho
vida torta
Não a tiro
de minha mente
Sigo reto,
vou em frente
Vê-la só já
me conforta.
Quem não
gostar vá roendo
De inveja,
seque ou morra,
Mude da
favela ou corra
Pra onde não
possa estar vendo
Mas deixe
ela aqui vivendo
No seu canto
sossegada
E que sua
requebrada
Continue me
encantando
Pra lá, pra
cá balançando
Essa
bundinha sagrada.
Se o seu marido
zangado
Resolver me
procurar
De mim irá
escutar:
Tu és um abençoado
Pode ficar descansado
Que ela será
sempre sua
Linda,
vestida ou nua
Comigo nunca
esquente
Pra ti ela é
um presente
Pra mim musa
de minha rua.
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