Uns nascem
pra ser José
Outras
nascem pra Maria
Isso depende
do dia
Ou do
tamanho da fé
E às vezes
depende até
Do certo
grau de cultura
Ou até
também da altura
Social que
esse alguém tenha
Sendo assim
não se desdenha
Da graça da
criatura.
Vale que o nome
é dado
No ato do
conceber
Ou depois de
se nascer
No ato do
batizado
E será nesse
traçado
Que a vida
seguirá:
“Ô Maria
venha cá!”
“José vê se
te levanta!”
“Maria é uma
santa!”
“Igual a
José não há!”
O pior que
ao olhar
Para a cara
de alguém
Na nossa cabeça
vem
Um nome pra
lhe chamar
Corremos
risco de errar
E isso é bem
relevante
Já que no
dado instante
Não se sabe
a reação
Se ele
gostará ou não
Se será algo
irritante.
Às vezes se
abrevia
O tal nome
que foi dado
Na hora do
batizado
Um apelido
se cria
Lu é dado
pra Luzia
E Biu para
Severino
Antônio,
Tonho ou Nino
Gegê dado
pra Geraldo
Naldo para
Ednaldo
E Leo para
Leotino.
Isso pra
citar somente
Os apelidos
comuns
Sei que
existem alguns
De um ouvir
quase frequente
Frente a
isso tenho em mente:
Quincas,
Nenê e Piico
Sinho, Pipia
e Tico
Têca, Tôta e
Tonheca
Popa,
Bilinho e Bileca
Beba, Tininho
e Lico.
E não é raro
encontrar
José com
cara de Zé
Izabel com a
de Zabé
Babá com a de
Baltazar
Mar com a de
Lindomar
Tina com a
de Cristina
Silvia com a
de Severina
Tita com a
de Batista
E fechando
essa lista
Carol com e
da Carolina.
Mas por
outro lado tem
Quebra de
regra e então
Toda essa
relação
Perde todo
o seu amém
E quando o
cristão vem
Pro mundo em
dia sagrado
Mesmo por Santo
marcado
O seu nome
ele recebe
É aí que se
percebe
O que é ser
desregrado.
E o que se
ver sendo assim
É o cabra ser
João
E ser mais ruim
que o cão
Um Abel ser
um Caim
Macho com o
nome Joaquim
Que anda
todo remexendo
Outro por
Pedro atendendo
Mas da
igreja passa longe
Norberto que
não é monge
O errado
vive fazendo.
Tem muitas “santas”
que nem
Ao menos da
casa cuidam
Dos seus
filhos se descuidam
E não ligam
pra ninguém
Montes de
Luzia têm
Mas não
iluminam nada
Joana D’Arc
desalmada
Que o
coletivo esquece
Maria que
não merece
Ser chamada
Imaculada.
Mas também
existe gente
Que não tem
nome de santo
Mas se é
mulher usa um manto
Se é homem é
competente
Sempre tem o
bem na frente
Trata os
outros com carinho
É amigo e
bom vizinho
Zela o seu matrimônio
Nasce para
ser Antônio
Mas é
chamado Serginho.
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