Um dia eu
estava num bar da cidade
Tomando aquela
cerveja gelada
Sentado do
lado da rapaziada
De grande
prestígio e capacidade
Cada um
mostrando sua qualidade
Tratando de
temas, assuntos diversos
Das Terras,
dos mares e dos universos
E de vez em
quando eu tomava a vez
E então
demonstrando a minha altivez
Eu falava
tudo em forma de versos.
Aí um
sujeito que estava sentado
Que não
entendia de merda nenhuma
Quando abria
a boca falava uma ruma
De um
converseiro bem desencontrado
Com a minha
conversa ficou invocado
Porque vez
em quando a turma aplaudia
E quando a
vez dele somente sorria
Noutras
vezes nem prestava atenção
Daí começou
toda confusão
Que eu conto
agora em forma de porfia.
Vieram pra
mim assim perguntar:
Que graça tu
achas em coisa de rima
Uma
conversinha pra baixo e pra cima
Pra um lado,
pro outro sem nunca parar
Enquanto tem
gente que quer conversar
Sobre outras
coisas tu vem com repente
Não vê que
com isso desagrada a gente
Amigo me
escuta, vê se te orienta
Senão desse
jeito ninguém mais te aguenta
E acaba o
banindo do nosso ambiente.
Confesso por
isso fui surpreendido
E sem meias
palavras tive que dizer:
Poeta amigo
eu nunca quis ser
Mas por essa
arte acabei seduzido
E a
experiência que tenho vivido
Me faz ser
um cara bem capacitado
Pra em todo
local que estiver sentado
Não perder
meu tempo ouvindo besteira
De um Zé
Ruela que só diz asneira
Um ignorante,
pequeno e tapado.
Eu trato de
coisas que são relevantes
De forma
completa e sempre rimada
Com muito
requinte, bem metrificada
Coisa que só
cabem aos que são gigantes
Defendo os
bons, bato em meliantes
Respeito
aquele que me respeitar
Converso com
quem quiser conversar
Mas sempre mostrando
que sou diferente
Pois sendo
poeta gosto do repente
E amo a arte
de improvisar.
Que culpa eu
tenho meu caro colega
Se tua
conversa não empolga a ninguém
Que por ser
leseira ouvinte não tem
Carga
negativa o que ela carrega
Por ser tão
nociva somente trafega
A reles
estrada da hipocrisia
Difere de
quem usa da cortesia
Pra levar um
papo bem extrovertido
Espalhando o
brilho que está contido
Nos versos
mais belos de uma poesia.
Se eu fosse
você estaria calado
Não me
meteria em nenhuma conversa
Pois só fala
coisa vazia, dispersa
Bem própria
de que não é “antenado”
Quem mandou
você não ter estudado
Só levar seu
tempo com onda de farra
Aí fica
zonzo quando se esbarra
Com um cara
letrado, com papo primeira
Na parte do
tudo eu sou parte inteira
E você não
passa de uma gambiarra.
Desculpa se
eu estou sendo agressivo
Não costumo
agir com tanta dureza
Mas é que
você conseguiu a proeza
De hoje me
tirar do estado passivo
Mediante
isso você deu motivo
Pra nesse
ambiente eu te maltratar
Levanta essa
bunda da mesa do bar
Sai dessa
disputa de quem bebe mais
Pois entrar no
grupo dos sensacionais
Só indo
sentar-se num banco escolar.
Aí sim terás
meu maior respeito
Aí te darei
ouvidos até
Mas antes o
trato como um pangaré
Que nunca
diz uma frase de efeito
Eu te
abomino, eu não te aceito
Então é
melhor você se calar
Não... acho
melhor eu me levantar
E falei
assim: Licença minha gente
Já que não
me querem nesse ambiente
Licença,
licença, vou me retirar!
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