POESIA MALCRIADA

UMA BREVE PELEJA

(Benildo Nery X Pedro Pedreira)

BN

Me chamo Benildo Nery

Sou poeta de cordel

Na arte não sou Nobel

Mas não acho quem me zere

Se duvidar digo: espere!

Uso toda a maestria

Chute e soco em demasia

Faço de valente frouxo

Branco ou negro fica roxo

Com uma surra de poesia.

PP

Eu também sou um poeta

Carrego a arte na veia

Nunca temi cara feia

Nem poetinha pateta

Pois minha rima é seleta

Refinada de primeira

Faço levantar poeira

Batendo em quem se meter

Meu nome pode escrever

Pedro de Pedra Pedreira.

BN

Faz tempo que eu procurava

Um poeta pra bater

Até ele amolecer

Só que eu imaginava

Que o que eu achasse pagava

Os murros e os pontapé

Mas encontrei um Mané

Um baita de mequetrefe

Que não aguenta um tabefe

Poetinha pangaré.

PP

Eu também rodei o mundo

Procurando um valente

Mas encontrei um demente

Um poetinha imundo

Sujeitinho vagabundo

Que só desonra a arte

Vou pegar meu bacamarte

Carregar de poesia

E essa minha artilharia

O fará mero descarte.

BN

Seu ataque mixuruca

Não bota medo em ninguém

Ritmo e métrica não têm

Versos de gente maluca

Tu tá é lelé da cuca

Usou droga ou bebeu

Quem vai descartar sou eu

O poetinha demente

Que tá aqui na minha frente

Com cara de quem morreu.

PP

Faz assim... vai subestima!

O poeta que te fala

Que ele te mete na vala

Depois joga terra em cima

Em seguida usa a rima

Pra compor uma “excelência”

Com a textura e a essência

Dos funerais do Nordeste

Pra que tu cabra da peste

Vá para o céu com decência.

BN
Me mandar para o céu mano

É muita ironia sua

És poeta de alma nua

E de coração insano

Pra ti tracei outro plano

Num formato bem moderno

Viverás horror eterno

Sem parar de reclamar

Pois você irá queimar

Nas profundas do inferno.

PP
Rá rá rá rá... faz-me rir

Com essa tua insanidade

Pense em infelicidade

Foi tua mãe te parir

É melhor admitir

Que já está derrotado

Com teus versos naufragado

Num mar de desilusão

Vai pra lá filho do cão

Que de ti já tô cansado.