(Benildo Nery)
Fui um
garoto iludido
Com as
coisas lá de fora
Com dezoito
fui embora
Pra um mundo
desconhecido
Mas fiquei
arrependido
Quando
pus-me a lembrar
Do meu
cantinho, meu lar
Chorei tanto
que só vendo
Eu fui, mas
voltei correndo
Pra
Montanhas meu lugar.
Deixei aqui
meus amigos
Minhas
paixões, meus amores
Crenças,
descrenças, valores
Sem broncas
e sem castigos
O respeito
aos antigos
O jeito de
conversar
Tudo pra me
aventurar
Num mundo
sujo e horrendo
Eu fui, mas
voltei correndo
Pra
Montanhas meu lugar.
Senti frio,
pois deixei
O calor dos
meus iguais
O carinho
dos meus pais
Desprotegido
fiquei
O que eu fiz
juro não sei
Não gosto
nem de pensar
Fraquejei no
caminhar
Mas com isso
fui crescendo
Eu fui, mas
voltei correndo
Pra
Montanhas meu lugar.
Quando calor
eu sentia
Era um calor
diferente
Não tinha
nada da gente
Com quem
aqui convivia
Um tumulto,
uma agonia
Gente a se
aglomerar
Um bom dia
não escutar
Aquilo lá
não defendo
Eu fui, mas
voltei correndo
Pra
Montanhas meu lugar.
Fiquei um
tempo afastado
Do forró, do
pé-de-serra,
Do som do
bicho que berra
Lá pras
bandas do cercado
Da canção,
do ponteado
Do violeiro
a tocar
Do galo e o
seu cantar
De manhã com
o Sol nascendo
Eu fui, mas
voltei correndo
Pra
Montanhas meu lugar.
Deixei para
trás a festa
De Reis e
festas juninas
O dançar com
as meninas
As
quadrilhas e a seresta
Vi que viver
lá não presta
Não é bom
pra se morar
Tem o que
comemorar
Mas vacilou
vai morrendo
Eu fui, mas
voltei correndo
Pra
Montanhas meu lugar.
Fui em busca
do sucesso
Desde a
infância sonhado
Hoje com a
caso passado
A ele tive
acesso
Mas graças
ao meu regresso
É que eu pude o conquistar
Eu cheguei a
desprezar
Hoje vivo
bendizendo
Eu fui, mas
voltei correndo
Pra
Montanhas meu lugar.
Amei a homenagem à Montanhas.
ResponderExcluirObrigado Rosa Regis do Cordel! Prazer em tê-la como leitora do nosso blog.
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