NORDESTINOS
(Kynheo Ferreira)
É nobre ser nordestino
filho da seca e da dor
mesmo um pobre menino
nos trilhos do dissabor
é um rico brasileiro
lavrador, sábio, vaqueiro
operário, pescador.
Somos gente de cultura
da poesia ao futebol
oriundos da bravura
trabalha de solo a sol
somos: índios, negros, brancos
quebrando todos barrancos
Marias, Joanas, Carol.
Gostamos da rapadura
Caruru, sarapatel
se comemos fava pura
ou então cuscuz com mel
batata e macaxera
trabalha a semana inteira
de botas, boné, chapéu.
Migrando para o Sudeste
somos meros forasteiros
mas somos cabra da peste
garçons, vendedor, pedreiros
recitador de cordel
violeiros, menestrel,
camelô e carpinteiros.
Corta cana, arranca toco
dá um duro no roçado
luta muito ganha pouco
mão grossa, pé calejado
mesmo semianalfabeto
de sotaque e dialeto
pitoresco pra danado.
Afinal ser nordestino
parece ser uma raça
Lampião, Antônio Silvino
cabras machos da desgraça
no medo não faz encosto
e o nordestino gosto
mulher, pimenta e cachaça.
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