quarta-feira, 30 de julho de 2014

NORDESTINOS

(Kynheo Ferreira)

 

É nobre ser nordestino

filho da seca e da dor

mesmo um pobre menino

nos trilhos do dissabor

é um rico brasileiro

lavrador, sábio, vaqueiro

operário, pescador.


Somos gente de cultura

da poesia ao futebol

oriundos da bravura

trabalha de solo a sol

somos: índios, negros, brancos

quebrando todos barrancos

Marias, Joanas, Carol.


Gostamos da rapadura

Caruru, sarapatel

se comemos fava pura

ou então cuscuz com mel

batata e macaxera

trabalha a semana inteira

de botas, boné, chapéu.

 

Migrando para o Sudeste

somos meros forasteiros

mas somos cabra da peste

garçons, vendedor, pedreiros

recitador de cordel

violeiros, menestrel,

camelô e carpinteiros.


Corta cana, arranca toco

dá um duro no roçado

luta muito ganha pouco

mão grossa, pé calejado

mesmo semianalfabeto

de sotaque e dialeto

pitoresco pra danado.

 

Afinal ser nordestino

parece ser uma raça

Lampião, Antônio Silvino

cabras machos da desgraça

no medo não faz encosto

e o nordestino gosto

mulher, pimenta e cachaça.

 

 


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