quarta-feira, 10 de setembro de 2014

O PODER QUE AQUILO TEM

(Benildo Nery)


Sabe aquela menininha
Que vive sempre calada
Só anda mal arrumada
E não gosta de turminha
Depois que fica mocinha
Da vaidade é refém
Se encosta logo em alguém
Se entrega apaixonada
Isso é uma prova dada
Do poder que aquilo tem.

Um cara todo amostrado
De uma cabeça vazia
Só conversa “arisia”
Mente e engana um bocado
Mas só por ser bem dotado
De mulher tem mais de cem
Se brincar monta um harém
Com um monte de interessada
Isso é uma prova dada
Do poder que aquilo tem.

Uma mulher já madura
Que nunca teve um amor
Só conhece o dissabor
Solidão e amargura
Diante essa vida dura
Nada já não lhe convém
De repente um doido vem
“Desendoida” a danada
Isso é uma prova dada
Do poder que aquilo tem.

Um padre destrambelhado
Que é sem ter vocação
Faz uso da religião
Para viver disfarçado
Anda sempre acompanhado
E um coroinha mantém
Bem perto dizendo amém
Aprontando presepada
Isso é uma prova dada
Do poder que aquilo tem.

Um velho já bem velhinho
Mas a isso não se entrega
A velhinha já não pega
Porque só quer um brotinho
É um bocado safadinho
Sem valer nenhum vintém
Fica num vai e não vem
Mas não perde a esfregada
Isso é uma prova dada
Do poder que aquilo tem.

Um cabra apaixonado
Anda uma légua e meia
À noite sem lua cheia
Corre e anda apressado
O medo vai do seu lado
Mais o plano ele mantém
De vê-la lá bem além
Daquela longa estrada
Isso é uma prova dada
Do poder que aquilo tem.

Uma mulher infeliz
Com o diabo do casamento
Seu marido é um nojento
Vive com uma meretriz
Mesmo assim ela diz:
“Meu marido me quer bem
Se um dia eu ficar sem
Ele estarei lascada!”
Isso é uma prova dada
Do poder que aquilo tem.

Uma saia bem curtinha
Uma blusa decotada
Shortinho, calça colada
Vendo a marca da calcinha
Aquela espiadinha
Faz que vai, mas se retém
Isso amigo também
Faz da mulher desejada
Isso é uma prova dada
Do poder que aquilo tem.

Um guarda de trânsito para
Os carros que vão passando
De longe já vai olhando
Quem está dentro repara
E olha cara por cara
Se tem mulher tudo bem
Mesmo errado não detém
Não há multa aplicada
Isso é uma prova dada
Do poder que aquilo tem.

Um cabra afeminado
Que há pouco se assumiu
O tempo que resistiu
Num casulo, encubado
Quer tirar o atrasado
Com uma fila igual um trem
Agarra, chama meu bem
De maneira descarada
Isso é uma prova dada
Do poder que aquilo tem.

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