sábado, 27 de setembro de 2014

DEPUTADO FEDERAL

(Benildo Nery)


Não gosto de assistir
Programa eleitoral
Por ser bem repetitivo
O que o torna banal
Assunto de eleição
Eu tenho visto patrão
Somente em telejornal.

Mas ontem eu estava em casa
Tipo numa reunião
Com a família inteira
De frente à televisão
Fim do Jornal Nacional
O programa eleitoral
Começou de supetão.

Como a atenção era pouca
Pra aquela TV ligada
Continuei conversando
Rindo, contando piada
Quando conta dela dei
Veja só me deparei
Com uma grande presepada!

Uma mulher bem bonita
Estava falando assim:
Esse aqui e o nome certo
Pra vocês também pra mim
Esse aqui pessoal
No Congresso Nacional
Vai varrer tudo de ruim.

Isso em poucos segundos
Dito assim bem ligeiro
Já que o tal candidato
Dele só via o letreiro
Nome e número destacado
Com um retrato do lado
Da lista o derradeiro.

Mas deu tempo de eu ver
A cara do cidadão
Sério feito um louceira
Maquiado, bonitão
Zé de Catota danado
Candidato a Deputado
Federal nesta eleição.

Aí pensei cá comigo:
Danou-se! Agora deu!
Acho que Zé de Catota
Endoidou , enlouqueceu
Minha Virgem da Conceição
Pra deputado eleição
Sem juízo! Já perdeu!

Se para vereador
Teve um tiquinho de voto
Pensa ele que é um santo
E o eleitor seu devoto
Digo sem medo de errar
Que ele só vai lucrar
O nome, o número e a foto.

Estampados, e pregados
Na porta de algum vizinho
Ou no bolso bem guardado
Aquele tal de santinho
Mas vitória ele esqueça
Espero não enlouqueça
Mesmo já estando um pouquinho.

Falta de conselho não
É porque eu já lhe dei
Por conta da teimosia
Dele até já me afastei
Mas é cabra de coragem
Gente boa. Tem imagem
Reconheço disso eu sei.

Mas erra feio ao pensar,
Ô cabra besta do cão!
Que somente com conversa
Dá pra ganhar eleição
Juntou uma mixaria
Vivendo na agonia
Em busca de votação.

Por certo ele pensa que
Os outros endinheirados
Que conquistam os seus votos
Com favores e agrados
Vão lhe dar colher de chá
Cabra mais besta! Ah tá!
Eles sim são os votados!

Estes saem pra campanha
Dentro de um belo carrão
Passa pelos eleitores
Atraindo a atenção
Um fala, outro aponta
E a mão direita pronta
Só fazendo acenação.

Enquanto ele só anda
Bem vestido mas é pouco
Conversa de porta em porta
Num instante fica rouco
Chegando no fim do dia
Cansado em demasia
Estressado feito louco.

Só sendo um cabeçudo
Pra alimentar esse sonho
Deita e dorme bem pouquinho
Acorda feito um bisonho
Sai para fazer campanha
O eleitor só assanha
A isso eu me oponho.

Tá vendo que isso não dá
Certo para aquele cara
Mas por peste de política
Parece ter uma tara
Com ela se compromete
Em todo o pleito se mete
Ai uma surra de vara!

E por assim discordar
Em Zé eu não voto não
Não confundo amizade
Com diabo de eleição
Quero vê-lo lá no alto
Mais não no tal do Planalto
Não com a minha votação.


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