domingo, 27 de abril de 2014
quinta-feira, 24 de abril de 2014
CONVERSA DE ELEITOR TABACUDO
(Benildo Nery)
Quatro em
quatro anos tem
Disputa
eleitoral
Pra
vereador, prefeito
Em âmbito
municipal
Pra
governador, senado
Presidente e
deputado
Do estado e
federal.
Têm nomes de
todo tipo
Classe
social também
Uns que já
são conhecidos
Outros, não
sei de onde vêm
Uns que
sabem enganar
E os que
falam até cansar
E não
convencem ninguém.
O eleitor
que de santo
Nessa
história não tem nada
Corre e pula
na folia
Faz uma
festa danada
Se envolve
no covil
De uma forma
bem viril
E um tanto
determinada.
Adota o seu
candidato
Com ou sem
grande mistério
Às vezes por
indicação
Outras por
próprio critério
A esse nome
se prende
Faz
propaganda e defende
Com firmeza
e muito a sério.
Por ser
bastante fiel
Ao
pleiteante acessa
Na primeira
ocasião
Pra
conversar não tem pressa
Vai pegando
entrosamento
Até que
noutro momento
Dita o rumo
da conversa.
−Seu doutor
é um prazer
E enorme
satisfação.
Chega estou
me tremendo
Pense numa
emoção!
Eu, um
simples eleitor
Frente a
frente com senhor
Aqui nessa
ocasião.
Estou todo
arrepiado
Não tô nem
acreditando
Me belisque
por favor
Pra ver se
não tô sonhando!
Olhe só a
multidão
Que tá na
concentração
Pra sair lhe
acompanhado!
Confesso que
eu estava
Muito
desestimulado
Já votei por
muitos anos
Mas nunca vi
resultado
Só mudei de
opinião
Quando na
televisão
Vi o seu
rosto mostrado.
E quando o
senhor falou
Do plano de
governar
Eu disse
para a mulher:
Tudo agora
vai mudar!
Este aí é o
home
Que vai
acabar com a fome
Do povo
desse lugar!
Lhe vendo
aqui nesse instante
Frente a
frente comigo
Sinto uma energia
Que só sinto
num amigo
Que ao outro
sempre ajuda,
Protege,
orienta, cuida,
Lhe dá pão,
lhe dá abrigo.
Diante disso
estou certo
Não tenho
dúvida mais não
O senhor
doutor é o símbolo
Da vitória e
salvação
Do esporte e
do lazer
Segurança
vai trazer
Saúde e
educação.
No trabalho
certamente
Vai gerar
emprego e renda
E tá aqui o
eleitor
Que fará que
o outro entenda
Que o senhor
é o salvador
Do povo um
protetor
Uma
verdadeira prenda.
Minha mulher
e meus filhos
Já estão
todos lá fora
Sinto que
nesse momento
Já está
chegada a hora
Da passeata
sair
Então vou me
dirigir
"Pr'onde" eles
estão agora.
Muito
obrigado doutor
Pela honra
da atenção!
Novamente o
senhor saiba
É grande a
satisfação
Tê-lo como
candidato
Adeus e até
o ato
Depois da
apuração!
terça-feira, 22 de abril de 2014
UNIVERSAL
(Kynheo Ferreira)
Já falei em poesia
Meu mundo não tem fronteira
A noite é igual o dia
Comigo não tem ladeira
Sou filho do anarquismo
Patriotismo é besteira.
Sou brasileiro da China
Sou português do Japão
Sou russo da Argentina
Turco do Cazaquistão
Sou grego do Sri Lanka
Da França sou alemão.
Não quero nenhum partido
Não tenho religião
Sou um pouco enxerido
espada por vocação
Amante da liberdade
Sem pátria e sem patrão.
Jamais irei me casar
Nem gosto de batizado
Sou livre para pensar
Podendo ser criticado
Sei que falam mal de mim
Mas eu durmo sossegado.
Longe de mim etiqueta
Nunca gostei de frescura
Amo os seres do planeta
Odeio toda censura
Vivo da minha maneira
Não ligo se é loucura.
Homem, mulher, animal,
A vida, o destino, a morte
Essa coisa universal
a crença, o azar, a sorte
Viva toda rebeldia
A luta é o passaporte.
terça-feira, 15 de abril de 2014
CONVITE PRA FARREAR
(Benildo Nery)
Se você me
convidar
Pra curtir
uma bebida
Pergunto: −
Qual a pedida?
− O que nós
vamos tomar?
Aí se você
falar:
− Que tal uma
cervejinha?
Eu então
fico na minha
Pra ver sua
reação
Porque o bom
amigão
É mesmo uma
cachacinha!
Aí você me
indaga:
− E pra comer
o que vai ser?
Num repente
eu vou dizer:
O que vier
não se estraga!
− Qualquer
coisa que se traga:
Caldo seja
do que for,
Frango,
tripa, avoador,
Timbu na
brasa até,
Carne com
osso ou filé
Tira-gosto
eu dou valor!
E em termos
musicais
O que tu queres
ouvir?
Digo: − Se me
permitir
Poucas
faixas atuais
Pois eu
curto muito mais
Sucessos lá
do passado.
Assim será
do agrado
MPB, brega,
rock
Mas dando o
maior enfoque
Ao baião,
xote e xaxado.
E quem é que
eu chamo mais
Pra curtir
esse momento?
Levo em conta
o sentimento
Dos seres
racionais
E respondo
assim: − Os tais
Que você
considerar!
Quanto a mim
vou ampliar
Com muita
propriedade
Meu ciclo de
amizade
Nesse nobre
farrear.
segunda-feira, 14 de abril de 2014
MEUS VERSOS
(Kynheo Ferreira)
Meus versos são inspirados
No canto do sabiá
No mau cheiro do gambá
E nos jardins perfumados
No sertão seco e rachado
E o camponês choroso
e os ricos orgulhosos
Por serem afortunados.
Meus versos também se cria
Da moça namoradeira
Das rezas d'uma parteira
Da vaca lambendo a cria
Do raiar de um novo dia
A manhã ensolarada
De uma festa animada
E uma conversa vazia.
Os meus versos são nascidos
Do plantio de feijão
Da colheita do melão
E dos cafezais floridos
Trabalhadores feridos
Pelo salário aviltado
No canavial suados
Vivendo desprotegidos.
Meus versos são construídos
Do doce da rapadura
Do prato de fava pura
E os ateus convertidos
Homens usando vestidos
Dizendo ser carnaval
Dos rios do pantanal
Os jacarés perseguidos.
Meus versos ficam completos
Nos insetos e besouros
Na guerra: cristãos e mouros
Até nos analfabetos
Nos meninos inquietos
Num copinho de cachaça
No povo que faz a massa
E não passa de objeto.
quarta-feira, 9 de abril de 2014
O PINTO
(JCPaixão)
Pode se falar de tudo
Isso é verdade não minto
Falar do que é normal
É natural, é instinto
Das coisas, de liberdade
Do amor, da igualdade
Dos bichos, inclusive pinto.
Me diz quem nasceu primeiro
Foi à galinha ou o ovo
Há que diga foi o pinto
Pinto é um galo novo
Galo novo é pintinho
Repare bem direitinho
Comece tudo de novo.
Quando o pintinho nasce
Dorme debaixo da mãe
Mas depois que ele cresce
Muda muito não estranhe
Pega um costume mau
Passa a dormir no pau
Sem deixar, mesmo que apanhe.
Pinto, sujeito ingênuo
Ou filhote de galinha
Órgão sexual do macho
Bem coberto de peninha
Um ser fácil ou até bobo
O ser mais besta do globo
Será que pinto é bestinha?
Todo mundo quer o pinto
Mais é um pinto menino
Porque ele não é grande
É um pinto pequenino
Só da pra uma pessoa
Eu não falo coisa atoa
O pinto é masculino
Quando se fala de pinto
Tem gente que bate a mão
Pensa sim num pinto grande
Comparado a um tourão
Fica é mesmo contente
E só pensa em sua mente
Em conseguir um pintão.
Já tem gente mais modesta
Trata o pinto com carinho
Pensa em cuidar bem do bicho
Chama ele de bichinho
Só quer mesmo é proteger
Para não deixar sofrer
O danado do pintinho.
Um pinto bem caladinho
É sem barulho e sem som
Vai ser servido na mesa
Por um baita de um garçom
Ta completo não esqueça
Tem pé, asa e cabeça
Espero que ache bom.
Beber cachaça, cerveja
Ou um vinho Samarino
Wisque, vódika, montila
Qualquer sabor alcalino
Tira gosto com pescoço
Roendo ou chupando o osso
Comendo pinto galino.
Pega o pinto leva o pinto
Coma o bicho com cana
Bote ele na panela
Faça um pirão bacana
Temperado com pimenta
Come quem gosta e agüenta
Sem xingamento sacana.
Que pinto é coisa boa
É o que muita gente diz
Quando se fala no bicho
Fica logo bem feliz
Canta, pula e até grita
Dança, gira se agita
Com o pintinho matriz.
Tem gente que é guloso
E por pinto é doidinho
Só pensa em pinto grande
Inda quer comer sozinho
Fica sim contrariado
Em
ver que o pinto pelado
Não é pintão, é pintinho.
Não se importe se o pinto
É pequeno ou grandão
O que vale é o tempero
Deixa o bicho gostosão
Pinto grande e mal cuidado
Fica é desengonçado
Só causa decepção.
Quem gosta de ordenar
Diz assim, me obedeça
Procura controlar tudo
É verdade não esqueça
E o pinto quer todinho
Quer o pé o pescocinho
Começando da cabeça.
Quando chego a uma festa
Sinto um prazer profundo
Pois celebrar alegria
Toca lá dentro, no fundo
Quero alegrar não minto
Apresento logo o pinto
O xodó de todo mundo.
Fazer trabalho grosseiro
Nas mãos pode criar calos
Pra satisfazer galinhas
No terreiro tenha galos
E pra agradar a festa
Todo mundo diz só presta
Mode o pinto de Zé Carlos.
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