terça-feira, 27 de maio de 2014
sexta-feira, 23 de maio de 2014
DESCOMPLICADO
(Pedro Pedreira)
De noite eu
dou bom dia
Rezo antes
de acordar
Só depois de
me deitar
Lavo o rosto
na bacia
Choro de
muita alegria
Menos um dia
chegado
E andando
saio voado
Pra casa com
a galera
E o meu trabalho
só zera
Com o dia
iniciado.
Sou igual a
todo mundo
Gosto do que
ninguém gosta
Não dou
valor a aposta
Ajo feito
vagabundo
Não paro um
só segundo
De buscar o
que fazer
E por não
sentir prazer
Trabalhar
não me faz bem
Mas lembrei
que ali tem
Um emprego
para ver.
Água eu só
gosto quente
Café eu só
tomo frio
E para
rachar o trio
Sopa eu peço
que requente
Nisso sou
incompetente
Almoço só à
noitinha
Café eu tomo
à tardinha
De manhã
tomo gelada
Depois de
festa acabada
Tomo uma
cachacinha.
Só mergulho
no chuveiro
Tomo banho
no açude
E para
esfregar o grude
Volto do rio
ligeiro
Não fico o
tempo inteiro
Pois água
não aprecio
Bom mesmo é
rolar macio
Lá na areia
do mar
Ou então
apreciar
Um bom banho no vazio.
Eu não gosto
de namoro
E odeio
casamento
Mais sou
muito ciumento
Traição
trato com couro
Se tiver
cabelo louro
A de preto
vou pegar
Mas ela não
vou olhar
Fêmea é tudo
diferente
Por isso
vindo de frente
Deixo ela me
agarrar.
A mentira é
que eu
Sou muito
descomplicado
Indeciso um
bocado
Mas pelo
capricho teu
Sei que
ainda não viveu
Alguém
diferente a mim
Ruim ou bom,
bom ou ruim
Sei que isso
vem ao caso
Represento o
atraso
Tô certo
não ser assim.
quarta-feira, 21 de maio de 2014
MENININHAS
(Kynheo Ferreira)
Morenas, brancas garotas
Espero corpos pra mim
Nasci para amar as outras
Inventei meu mundo assim
Não quero apenas beijo
Impropriamente as desejo
Nisto fiz que nem Caim
Havia rato no queijo
Agora que eu as vejo
Sorrindo vem, sem ter fim.
ÚNICO
(Kynheo Ferreira)
Eu não sou capitalista
pois nunca tive dinheiro
um dia fui comunista
feito Antônio Conselheiro
admirando Zumbi
na política me envolvi
no movimento cresci
queria ser cangaceiro
não sou muito otimista
sou um pouco anarquista
e sou muito presepeiro.
sexta-feira, 16 de maio de 2014
CONVERSA DE CANDIDATO TABACUDO
(Benildo Nery)
Para ser um
candidato
Tem que ter
aptidão
Pré-requisitos
listados
Na nossa
legislação:
Saber ler e
escrever
A justiça
não dever
Ter uma
filiação.
Também há os
requisitos
Que até são
legislados
Só que com um
tal jeitinho
Todos eles
são driblados:
Caixa dois e
três montar
Monte de
votos comprar
Com favores
e agrados
Sendo assim
é coisa clara
Se percebe
bem ligeiro
Pra disputar
eleição
Não basta
falar maneiro
Se quiser
vencer um pleito
Além de ter
muito peito
Tem que ter muito
dinheiro.
Zé de Catôta
era um cabra
Que não tinha
muito estudo
Mas sendo um
autodidata
Sabia um
pouco de tudo
Qualquer
tipo de assunto
Ele sempre estava
junto
Nunca agia
feito mudo.
Só andava
bem vestido
Camisa e
calça comprida
Ensacado e
de sapato
E uma caneta
exibida
No bolso em
cima do peito
Mostrando
ser um sujeito
Forte e de
grande medida.
Quando havia
um grupinho
Travando uma
discussão
Sobre o tema
saúde,
Demonstrava
ter noção
Fera no
raciocínio
Também tinha
bom domínio
De cultura e
educação.
Falava de
segurança,
De esporte,
de lazer
Dava sempre
opinião:
–É assim que
tem que fazer!
Por que
desse outro jeito
Vai ficar
muito defeito
O povo é quem vai sofrer.
Tem que se
dar assistência
Ao povo que
é mais carente
Mas o que a
gente ver
É um bando
de incompetente
Político
assim não presta
Ao povo
somente resta
O chegar de
alguém decente!
Mas tinha um
tipo de assunto
Que era o
que Zé mais gostava
Grande
número de pessoas
Sempre,
sempre o procurava
Era grande a
sua lista
Sobre
questão trabalhista
Muito bem
orientava.
Vinha gente
da cidade
Também do
interior
Oferecia
consulta
Igualmente a
um doutor
Desenrolava
questão
Entre
empregado e patrão
Urbano e
agricultor
Encaminhava processos
Para o INSS
E por mais
que complicado
Que o
processo estivesse
Zé dava
sempre um jeitinho
Conversando
bem mansinho
E sempre com
zero estresse.
Não cobrava
nada pelos
Serviços que
ali prestava
Apenas a
satisfação
Quando ganho
a causa dava
Mas recebia
uns trocados
Dos novos
aposentados
Que sempre o
agradava.
Um dia Zé
tava só
Em pose de
pensador
Dizendo para
si mesmo:
–Sou uma
cabra de valor!
Tá bom de eu
me animar
E o meu nome
lançar
Para ser
vereador!
Estou muito
conhecido
Isso aí
conta também
Até pouco
tempo eu era
Apenas um
“Zé Ninguém”
Mas hoje é
diferente
Vejam o
tanto de gente
Que todo dia
aqui vem.
Pedem
conselho a mim
Oriento,
cobro nada
As pessoas
vão embora
Numa alegria
danada
E passados
poucos dia
Só se ver a
alegria
Com as causa
todas ganhada.
Deixa eu
ver... Somando aqui...
Os que eu já
ajudei
Os nomes que
tem notado
Com os que
não anotei
Fazendo com
que se aumente
É fato que
certamente
Eu, Zé me
elegerei.
Porque
veja... junta o povo
Da família
Oliveira,
Dos Nery,
Costa e Medeiros,
Dos Santos,
Silva e Moreira
Tenho
certeza e aposto
Terei mais de dois mil voto
Minha
vitória é certeira.
Aí vai ser
diferente
Serei cabra
de ação
Na câmara
municipal
Vou ter
sempre a posição
De o
político do novo
De vereador
do povo
Cabra de
convicção.
Criar
projetos de lei
Dar
assistência ao carente
Aprovar do
executivo
Só projeto
coerente
Com o bem
estar comum
Não agradar só
a um
Mas sim a
toda essa gente.
Serei um
grande fiscal
Desconfiarei
de tudo
Se for para
o bem do povo
Caio dentro
e ajudo
Mas de mim
não tem leilão
Rejeitarei
mensalão
Em dinheiro
ou borrachudo.
E pra
mostrar como digo
Isso com
propriedade
Vou pegar o
meu salário...
Pode crer
que é verdade!
Dele eu vou
abrir mão
Doar para o
povão
Pobre da
nossa cidade.
Continuarei
o mesmo
Que eu sempre
busquei ser
A casa
aberta pra os amigos
Eleitores receber
Bastará chamar
“Ô Zé!”
Que eu
estarei de pé
Prontinho
pra atender.
Como já sou
filiado
Isso não
será problema
Resta agora
propagar
A minha
marca, meu lema
Disputar a
eleição
E com essa
votação
Que tenho tô
no esquema.
Finalmente
foi chegado
O dia da
votação
Depois de
noventa dias
De muita
empolgação
Zé que
estava animado
Findou
bastante arrasado
Depois da
apuração.
Não
conseguiu entender
O que tinha
acontecido
Os seus mais
de dois mil votos
Pra onde
“diabos” tinham ido
Tava tudo
computado
E depois de
apurado
Os pestes
tinham sumido.
–A culpada
disso é
A Justiça
Eleitoral
Desses
homens que estão lá
Trancados
num tribunal
Que só
querem ver o nobre
Ferrando o
povo pobre
Tratando
feito animal.
Uma urna
eletrônica
Que do cabra
mostra a foto
E o
eleitor todo "ancho"
Mete o dedo,
dá seu o voto
E o voto pra
outro vai
Num é mesmo
um "carai"!
Assim
ninguém eu derroto.
Tenho fé no
eleitor
Esse não me
enganou não
Ao contrário
estão aqui
A mim dando
a sua mão
Então vou
manter o meu plano
Que daqui a
quatro ano
Teremos nova
eleição.
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