(Benildo Nery)
Fui um
garoto criado
Sem muita
papagaiage
E digo sem
papulage
Fui muito
bem educado
Meu pai num
era istudado
Mai soube mi
assisti
E na hora de
agi
Num ato faio
que eu fizesse
Agia sem tê
istresse
Sabia mi
corrigi.
Num tinha
essas frescurage
De painho
nem mainha
Muito meno
essas coisinha
De denguinho
e de mimage
Presentinho,
adulage
Nem sabia si
ixistia
Mas eu li obedecia
Bastava ele
ispiá
Sem precisá
nem falá
Sim ô não eu
intendia.
Quando tava os
aduto
Numa sala
conversano
Si eu ali
fosse passano
Era mermo
que um insurto
Ele brigava
com o vurto
Si passasse
pelo mei
E eu por já
tê recei
Num cometia
a bobage
Buscava outra
passage
Levá carão
era fei.
Ele num
admitia
Vê pirraio
si meteno
Onde num
tava cabeno
Por isso
sempre dizia:
“Num cometa
a osadia
Di dirmenti
gente grande
Sinão apanha
no frande
Pra aprendê
respeitá
Tombém aprendê
andá
Seja lá por
donde ande!”
A carença
num impediu
Di mi educá
assim
Num sô um adulto
rim
Fiz o que
ele mi pediu
Seu jeito contribuiu
Pra minha
vida atuá
Meu pai hoje
um ancestrá
De mim
tombém dos meus fio
Mi insinô
andá nos trio
Vivê de
foima legá.
Mermo sem tê
istudado
Consigui uma
casinha
É bastante
simprizinha
Mai nela tô
abrigado
Umas cabeças
de gado
E otros
bichinhos mai
Tanto na
frente e atrai
Di casa
tenho uma roça
um jegue e uma
carroça
Tenho o que
mi sastifai.
Mai hoje é
minoria
Arguém com
esse cartai
Iguá a
eu e o meu pai
Num se acha
todo dia
Vemo sim a
anaiquia
Tumano conta
do mundo
Um magote de
imundo
Que tem de
tudo na mão
Mai prefere
sê ladrão
Um bando
de vagabundo.
Os pai li dão
um bucado
De coisa que
inté nem pode
Pra num
levá um sacode
Fai tudo
quanto é agrado
Dá inté pena
dos coitado
Mai num
posso fazê nada
Num vô
cometê burrada
Mi invorvê com
coisa aleia
Aprendi num
levá peia
Sô pessoa
educada.
Faltou o pai ensinar o conceito de caráter !
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