quinta-feira, 15 de maio de 2014

FALATORO

(Kynheo Ferreira)


Ispia só qui derrota
Mim contou uma muié
Falaro que ela é
Gaiata e vida torta
Vai na jinela, na porta
Na mão leva uma fulor
Isperando outo amor
Sartando que nem garrota.

Sua dificulidade
Ela é desarrumada
Apesar de sê prendada
E num tê munta idade
Tombém pobe de verdade
Veve feito indurinha
Avuando na pracinha
E nos beco da cidade.

Óia só sua cumida
Toicinho ou pinicado
Faz aquele imbuluado
Qui nem tem outa saída
A coitada é pissiguida
Le chama de urubu
Di gorda, de cururu
Um aturmento de vida.

Ela é mulé danada
Criada na fuloresta
No trabaio ela atesta
Num injeita impeleitada
Infrenta toda parada
Num tem medo de ladera
Pode fazer infiera
Eita mulé arretada.

Junto dela mim demoro
Nem vejo o tempo passá
Quando vou me retirá
Fico triste chega choro
Mai chega de balatoro
Agora vou sê sincero
E essa muié que quero
Num ligo pá falatoro.


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