(Kynheo Ferreira)
Ispia só qui
derrota
Mim contou
uma muié
Falaro que
ela é
Gaiata e
vida torta
Vai na
jinela, na porta
Na mão leva
uma fulor
Isperando outo
amor
Sartando que
nem garrota.
Sua dificulidade
Ela é desarrumada
Apesar de sê
prendada
E num tê munta
idade
Tombém pobe
de verdade
Veve feito
indurinha
Avuando na
pracinha
E nos beco
da cidade.
Óia só sua
cumida
Toicinho ou
pinicado
Faz aquele
imbuluado
Qui nem tem
outa saída
A coitada é
pissiguida
Le chama de
urubu
Di gorda, de
cururu
Um aturmento
de vida.
Ela é mulé
danada
Criada na
fuloresta
No trabaio
ela atesta
Num injeita
impeleitada
Infrenta toda
parada
Num tem medo
de ladera
Pode fazer
infiera
Eita mulé
arretada.
Junto dela
mim demoro
Nem vejo o
tempo passá
Quando vou
me retirá
Fico triste
chega choro
Mai chega de
balatoro
Agora vou sê
sincero
E essa muié
que quero
Num ligo pá
falatoro.
Uma bela poesia matuta.
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