(Benildo Nery)
Eu já ganhei
roupa nova
Igual a do
meu irmão
Não posso
reclamar não
Senão eu
levo uma sova
Ele também
não aprova
Mas é melhor
relaxar
Mais tarde
vamos estar
Bem felizes
outra vez
Curtindo a
Festa de Reis
A melhor
desse lugar.
Vamos mesmo
sem sapato
Eu meu irmão
e a mana
De chinela Havaiana
Até que é um
barato
Usar sapato
é chato
E uma grande
besteira
Se coçar
minha frieira?
Se o dedão
apertar?
Pra casa eu
vou voltar
E perder a
festa inteira!
Minha mãe já
se aprontou
Meu pai e
irmãos também
Pra lá da
linha do trem
Daqui a
pouco eu vou
Parece que
vendo estou
As barracas
já montadas
Todas elas
enfeitadas
Pessoas indo
e voltando
Uns vendendo
outros comprando
Nas ruas
movimentadas.
Tem uns que
vedem rosquinha
Aratu, pão e
cocada
Pipoca amanteigada
Refresco de garrafinha
Bolos diversos,
coxinha
Boneca de
pano e plástico
Bonequinhos num
elástico
Só subindo e
descendo
Amigo só você
vendo
Como isso
aqui é fantástico!
Doces,
balas, alfenim
De formatos
variados
Ali mesmo
devorados
Pelos outros
não por mim
Com os meus
faço assim
Boto debaixo
da “asa”
Só vou
consumir em casa
Pedacinho em
pedacinho
Num reservado
sozinho
Soprando só minha
brasa.
Balões de
gás coloridos
Em forma de
animais
Coisa bonita
demais
Rapidinho são
vendidos
Dia seguinte
explodidos
Tome choro,
tome pranto
“É que o
dele durou tanto
E o meu não durou
nadinha
Que falta de
sorte a minha
Deixe eu
quieto no meu canto!”
Os adultos
se entretém
Nas mesas de
carteados
Nos dados
que são rolados
Sem ganhar
nenhum vintém
No meio da
rua tem
Uns joguinhos
de laçar
Outro de bola
chutar
Pra derrubar
os canecos
E tem tiro
nos marrecos
Na barraca
de atirar.
Pra quem
gosta de dançar
Tem forró em
cada esquina
E só ligar
as turbina
E uma dama
agarrar
Vai até o
Sol raiar
No compasso da
paixão
Embalando o
coração
Só no balançar
da pança
E fazendo
dessa dança
Uma grande
diversão
Mas a parte
que me chama
A maior da
atenção
É o parque
de diversão
Esse todo
mundo ama
Toda criança
ao pai clama
Por ser
muito eletrizante
Daquela roda
gigante
No alto ver
a lagoa
Ou balançar
na canoa
Num balanço
emocionante.
Eita! Me
lembrei da hora!
Já me bate
uma tristeza
Nós vivemos
na pobreza
É hora de ir
embora
Não podemos
ter demora
Muito nós já
passeamos
Nada nada
nós compramos
Meu pai
nadinha jogou
Nenhum de
nós não lanchou
Os brinquedos
só olhamos.
A festa já acabou
Nós já
estamos em casa
Nadinha na
minha “asa”
O Sol alto
já raiou
Meu balão
não estourou
Não me
lembro mais de nada
Não tem rua
enfeitada
Nem pessoa
transitando
Acho que eu
estava sonhando
Com essa
festa animada.
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