NOSSO VARAL DE MISTURAS MISTURADAS
(Benildo Nery)
Tinha um
canto especial
Uma corda
esticadinha
Que ficava
na cozinha
E outra lá
no quintal
E/ou com
função igual
Uma cesta
pendurada
Já bastante
esfumaçada
Fazendo jus
a função
De armazenar
a porção
Da mistura
misturada.
De longe já
se avistava
De água a
boca se enchia
Mãe tirava
da bacia
E no varal
pendurava
O que era
insosso salgava
Lavava o que
era salgado
Depois de
tudo ajeitado
Entrava pra
preparar
Café, almoço
ou jantar
Com o do
varal retirado.
Era uma
diversidade:
Bucho, bofe,
uma tripinha
Grossa,
também da fininha,
Ubre, livro
em quantidade
Mocotó de
qualidade
Feito roupa
estendido
Comer assado
ou cozido
De outras
partes o retraço
A passarinha
ou o baço
O meu prato
preferido.
Isso só para
citar
Coisas do
bicho bovino
Também tinha
de suíno
Partes para
apreciar
Pai gostava
de comprar
Olha o tascão
de toicinho!
Pra comer
bem torradinho
Ou no
borralho assado
Como era apreciado
Com farinha
e cafezinho.
Bacalhau,
avoador
Tinha carne
de baleia
Esses na
hora da ceia
Deixava um
certo odor
Da sala pro
corredor
O cheiro era
sentido
Também era
percebido
Por toda a
vizinhança
Fazendo
roncar a pança
De algum
desconvalido.
De tarde ao
Sol se pôr
Tudo era
retirado
Pra dentro
era levado
Na cesta
estava ao dispor
Pra quando
preciso for
Ser
consumido um tasquinho
Se já
tivesse sequinho
Para o sol
já não voltava
Ao contrário
mãe botava
No varal
logo cedinho.
Dava tudo
pra comer
Na semana
inteirinha
E domingo de
manhãzinha
Dia de muito
prazer
Pra novas
compras fazer
Meu pai
fazia arribada
E a cordinha
esticada
Sempre ao
nosso dispor
Pra o
estoque recompor
De mistura
misturada.
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