quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

A MUSA DA MINHA RUA - PARTE II

(Benildo Nery)


Basta vê-la ali passar
Que me encho de alegria
Sinto a maior euforia
O corpo a incendiar
O seu jeito de andar
Desperta em mim a paixão
E faz do meu coração
Uma bomba acelerada
Estou certo, essa danada
De mim não tem compaixão.

Se tivesse não faria
Presepada assim comigo
Não me daria o castigo
Passando ali todo dia
Com tanta acrobacia
Com tanta “bundalidade”
Digo com sinceridade:
Não estou mais aguentando
Ela está me matando
Pode crer que é verdade!

Tremo nas bases em ver
Sua forma avantajada
Em roupa bem decotada
Não dá para me conter!
Serio, tento me manter
Tranquilo, mas não consigo!
Com os meus olhos a sigo
Durante o seu percurso
Pois não resta outro recurso
É ou não é um castigo?

Dá um oi, aceno faz
Tipo assim: me provocando
Percebe que estou olhando
Aí que rebola mais
As minhas cordas vocais
Travam não produzem nada
Esboço uma gaguejada
Mas me falta todo ar
Não consigo respirar
Por causa dessa malvada.

Ontem ela estreou
Um belo de um shortinho
Pense num short curtinho!
Em minha frente passou
Meu coração disparou
Alterou a pulsação
Senti uma sensação
Que ele batia atoa
Sua válvula quase voa
Quase que vou pro caixão.

Tem nada não, Deus tá vendo
O quanto ela me maltrata!
Sei que um dia essa acrobata
Paga o que está me devendo
Até lá eu vou vivendo
Provando do seu castigo
Correndo todo perigo
Que eu tenho que correr
Mas um dia quero ter
Essa musa aqui comigo.

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