(Benildo Nery)
Hoje acordei
bem cedinho
Vi o Sol
quando raiou
Ao longe
ouvi, ecoou
O cantar de
um passarinho
Fiquei
falando sozinho
Com meus
botões conversando
Bem além observando
Do mundo a
vasta beleza
Como a mãe natureza
Vive me presenteando!
Vi a mata e
o seu verdume
Com a luz do
Sol contrastar
Vi a fonte
água jorrar
Da montanha,
lá do cume
Aos poucos
ouvi o volume
Do dia se
avolumando
Bichos indo,
outros chegando
Pra
aproveitar a clareza
Como a mãe
natureza
Vive me
presenteando!
Os galos
cantarolaram
Belo canto
matinal
Outros sons
lá no quintal
Aos cantos
se misturaram
Os perus
grugulejaram
Berros, os patos
grasnando
Latidos,
gatos miando
Guiné com
sua fraqueza
Como a mãe
natureza
Vive me
presenteando!
Um pouco
mais adiante
Uma vaca é
ordenhada
A vasilha
carregada
De leite
branco, espumante
Que bondade,
a lactante
Seu filhote
amamentando
E aquilo que
vai sobrando
Me doa, mas
que nobreza!
Como a mãe
natureza
Vive nos
presenteando!
Vi o roçado
do lado
No terreno
de um vizinho
Que trabalha
ali sozinho
De sol a sol
um bocado
Mas sempre
recompensado
A chuva vai
aguando
E a terra
vai lhe dando
Fartura na
sua mesa
Como a mãe
natureza
Vive me
presenteando!
Passei lá
para o jardim
Para
apreciar as flores
Seus
perfumes, seus odores
Violeta e
alecrim,
Rosas,
girassóis, jasmim
E os colibris
a beijando
Com as asas
tremulando
Numa
estupenda leveza
Como a mãe
natureza
Vive me
presenteando!
Vi insetos
coloridos
A voar pra
todo lado
Pelo chão no
seu traçado
Caminho
certo ou perdidos
Dentre os
mais percebidos
As abelhas
trabalhando
Todo o
néctar coletando
Pra servir a
realeza
Como a mãe
natureza
Vive me
presenteando!
Sentei ali
num banquinho
A pensar
continuei
Novamente a
mim falei:
Como sou
pequenininho
Recebo tanto
carinho
E eu pouco
me lixando
Às vezes até
destratando
Com tamanha malvadeza
Assim a mãe
natureza
Acaba me
desprezando!
Lá embaixo
no açude
Tomo banho
todo dia
A mulher com
a bacia
Lava roupa,
tira o grude
E a minha
atitude
Ao invés de
estar zelando
Estou sim,
mas é sujando
O enchendo
de impureza
Assim a mãe
natureza
Acaba me
desprezando!
Árvores que
deram fruto
Foram por
mim derrubadas
E em lenha
transformadas
E o pior,
nem usei luto
Pensei que
era astuto
Mas cá
comigo pensando
Estou é me
transformando
Num
assassino com frieza
Assim a mãe
natureza
Acaba me
desprezando!
Quantos
bichos já matei
Sem haver
necessidade?
Pra suprir a
vaidade
Quantos
aprisionei?
Qual foi meu
lucro? Não sei!
Não sei se
estou lucrando
Só sei que
estou desdenhando
Da Terra a
vasta riqueza
Assim a mãe
natureza
Acaba me
desprezando!
Me levantei
de repente
Como quem
leva um susto
Pensando
assim: pra ser justo
Um sujeito
altamente
Basta só
daqui pra frente
Os meus
hábitos ir mudando
A
consciência escutando
Será tudo
uma beleza
Assim a mãe
natureza
Acaba me perdoando!
Replantar,
reconstruir
Libertar,
repovoar
Nascentes,
rios limpar
E nunca mais
poluir
Esquecer o
destruir
Em construir
se lembrando
Pra seguir
aproveitando
Do mundo a
vasta beleza
Assim a mãe
natureza
Me que com
ela morando!
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