UM TIME SENSACIONAL

(Serginho Gommes)

-“Sonhar sempre é preciso”

Palavras inteligentes

Duma treinadora ímpar

A mais das mais competentes

Maria Dalva dos Santos

Brilhou por todos os cantos

Números surpreendentes.

-Time pra mim é sinônimo

-De união, garra e luta

-De muita organização

-De superação, conduta

-De histórico aditivo

-E de vínculo afetivo

-De vencedor, de disputa.

Foi aí que ela formou

Em sua terra natal

O melhor da região

Um time de futsal

Cem por cento respeitado

Sendo assim considerado

Um time sensacional.

Benildo Nery, goleiro

Fixo, JC Paixão

Kynheo Ferreira e Juca santos

Alas eram a posição

Com a genética do avô

Serginho Gommes, pivô

Era a revelação.

Dentro da quadra o quinteto

Tinha currículo invejável

Quase trezentas vitórias

Perder era algo improvável

Empate só acontecia

Quando essa equipe queria

Fazer um jogo “amigável”.

Claro que vou ressaltar

Com um profundo vigor

Que esse time fantástico

Apenas foi amador

Mas quando este jogava

Facilmente goleava

Era mesmo arrasador.

Recordo ligeiramente

De alguns jogos marcantes

Mas teve um bem preciso

Com lances interessantes

Extrema capacidade

Um show de habilidade

E gols, foram bastantes.

Esse jogo aconteceu

Com um time de extremoz

O juiz começa o jogo

Só se ouve uma voz:

- Rola a bola com carinho

Fez um golaço, Serginho

Num chute forte e veloz.

Foi apenas dois segundos

Para isso acontecer

Reinicia a partida

Nem deu tempo se aquecer

Juca a bola roubou

E para Kynheo tocou

Pra o segundo fazer.

E o jogo foi rolando

Num destino traiçoeiro

Para o time de extremoz

Que perdeu o paradeiro

Numa arrancada fatal

E num drible genial

JC fez o terceiro.

O quarto gol foi mais lindo

Kynheo se infiltrou no meio

Fez a tabela com Juca

E tocou sem aperreio

Pra JC que driblou

E quando este cruzou

Serginho fez de “voleio”

Serginho “inda” fez o quinto

O sexto e sétimo também

O time estava compacto

Pois todos jogavam bem

Até Benildo, o goleiro

Deu um bicudo certeiro

E ofereceu a alguém.

E esse foi o oitavo

O nono estava por vir

Num lindo drible da vaca

Kynheo fez o cabra cair

Deixou o outro na “praia”

Botou por dentro da “saia”

E fez o placar subir.

Com medo de levar mais

O goleiro deu “migué”

Fingiu de ter machucado

O dedo grande do pé

Logo a torcida vaiou

E quando reiniciou

Só se ouvia: - olé.

Juca deu “banho de cuia”

Provou ser um grande atleta

Disfarçadamente, Dalva

Ria... ao lado de Beta

Ria... ao lado de Inêz

Quando o irmão Juca fez

O décimo de bicicleta.

A única chance que teve

Aquele pobre timinho

Foi só num chute adoidado

Que desviou em Serginho

Pra dar mais brilho ao evento

Benildo, muito atento

Pegou bem lá no cantinho.

Defesa espetacular

Que agitou a plateia

Até o outro goleiro

Gritou: - está com a “mofeia”

- Oh! Deus, tem pena de mim

- Se eu pegasse assim

- Eu ia pra liga europeia.

Nem deu tempo se calar

Aquele pobre coitado

Quando Kynheo deu de trivela

Um passe abençoado

No pé do pivô Serginho

Que deixou três no caminho

Na área foi derrubado.

O juiz marcou o pênalti

Não sai da minha lembrança

Quando Dalva disse: - Juca

- Em ti tenho confiança

E com personalidade

Aquela penalidade

O Juca foi pra cobrança.

Bateu estilo Falcão

Depois correu pro abraço

Foi maravilhoso ver

Aquele belo golaço

Numa cavadinha plena

Do goleiro tive pena

Quase quebra o espinhaço.

Nisso tava onze a zero

Quando o pivô Serginho

Deu um bonito elástico

E pedalou com carinho

E deu um chute cruzado

Pra JC do outro lado

Fazer mais um de carrinho.

Esse décimo segundo

Foi golaço? Hum... talvez

- Faz o décimo terceiro!

Deu um grito Dona Inez

Pra completar o azar

Antes do jogo acabar

Contra o ala esquerdo fez.

Logo o juiz encerrou

Aquele jogo incrível

O time todo era bom

Habilidade visível

Só respirava vitória

São fatos que na memória

Se torna inesquecível.

Hoje depois de alguns anos

Na mais profunda alegria

“Penduraram a chuteira”

Mas com calor e energia

O time “inda” tá formado

Trilhando por outro lado

No ramo da poesia.