(Benildo Nery)
Um vilarejo
cercado
Por mais de
uma lagoa
Teve e foi
uma boa
Seu
território cortado
Por trilhos
e o trem lotado
De
mercadoria e gente
E numa
escala crescente
Deu-se a
povoação
Formando a
população
De um povo
humilde e valente.
Que povo de
um coração
Gentil e
hospitaleiro
Que se
entrega por inteiro
A uma
recepção
Visitante em
nosso chão
Senta, come,
bebe e deita
Toma banho,
se deleita
Respira o
mais puro ar
Sem convite
pra voltar
Voltar ele
sempre aceita.
Povo que viu
desfilar
O poeta
violeiro,
A sanfona, o
forrozeiro
O artista
popular,
Como deixar
de lembrar
Os aboios e
cabeçadas
Em noites
alumiadas
Boi de Reis
e João Redondo
Na rua, em
salas expondo
Shows que
arrancavam risadas.
De dezembro
a dezembro
As noitadas
ao luar
Das rodas de
cirandar
Ainda hoje
me lembro
Vez em
quando eu relembro
Histórias
que eram contadas
Pelos jovens
escutadas
Fábulas e de
trancoso
Da boca do
mais idoso
Muito, muito apreciadas!
Lembro dos
banhos, braçadas
Na lagoa
principal
Do correr no
matagal
Da pesca e
das caçadas
Das paqueras
nas calçadas
Sem querer
tão cedo entrar
Para não
desperdiçar
Nenhum
minuto de hora
Mas bem
triste ir embora
Ao ver a
hora avançar.
Riquezas
foram geradas
Pela sua
produção
Das lavouras
de algodão
Às noites de
farinhadas
E outras
culturas plantadas
Feijão,
batata e milho
Que
sustentou cada filho
Desse lar
mais que amado
De um solo
abençoado
Que nos seus
caminhos trilho.
Quanto tempo
já passou
Oh, minha
terra querida!
Como mudastes
de vida
Muito teu se
transformou
Muita coisa
se findou
Muita coisa
se perdeu
Dele, dela,
meu e seu
Foi deixada
para trás
Mas tem
coisas que jamais
Nosso povo se
esqueceu.
Festa de
Reis em janeiro
Aquela mais
esperada
O esporte de
vaquejada
Pontuais o
ano inteiro
E no mês do
padroeiro
A fogueira
em chama acesa
As
novenas... que beleza!
Feitas no Mês Mariano
Junta fulana
e fulano
Sem riqueza
e nem pobreza.
Cada rua em que passamos
Tem nossas
marcas marcadas
Seja em
simples caminhadas
Ou quando
nós pedalamos
Pedrinhas e
pó levamos
Nesses
diversos momentos
Da terra ou
dos calçamentos
Sim! Sim!
Isso é possível!
Nos pés, não
perceptível
Mas em
nossos pensamentos.
Oh, minha
terra querida
Entrelaçada
estás
Com cada um
que aqui jaz
E com quem
está com vida
Com quem
está de partida
E com quem
está voltando
Com quem já
está morando
E com quem
irá morar
Com quem
respira o teu ar
Feliz em
está respirando.
Tu te
confundes com cada
Pedaço desse
teu chão
Do mais
humilde rincão
A área mais
abastada
Cada rio,
açude, estrada
Sob o teu
azul celeste
De norte a
sul, leste e oeste
Fazem jus a
tua história
Viva na
nossa memória
Oh, "Suíça do
Agreste"!
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