quarta-feira, 24 de junho de 2015

DEPOIS QUE A FESTA TERMINA

(Benildo Nery)

 

Foi grande a divulgação
Pra o show ser realizado
O palco já foi montado
Já subiu a atração
Está uma lotação
De uma a outra esquina
Velhos, jovens muita “mina”
Da cidade e de fora
Se divertem e vão embora
Depois que a festa termina.

Barracas bem recheadas
Com lanches, muita comida
Muitos tipos de bebida
Bugigangas variadas
Também foram instaladas
Uma espécie de cabina
Vômito, fezes e urina
Dele, minha, seu e sua
Não farão feder a rua
Depois que a festa termina.

Os primeiros que chegaram
Marcaram o seu lugar
Uma mesa pra sentar
E outros em pé ficaram
Um "kit" no bar compraram
São bem fiéis a rotina
Aqueceram a turbina
Já estão se balançando
E o local só vão deixando
Depois que a festa termina.

Tendo curiosidade
Alguns vão só conferir
O som, o show a curtir
Sem gostar da qualidade
Mas de ver mata a vontade
Os passos da dançarina
Com uma roupa pequenina
Sensual e provocante
Vão embora seis em diante
Depois que a festa termina.

Outros não bebem, não dançam
Vão só para fofocar
Meter o pau, reclamar
Disso eles não se cansam
Mas lá pras tantas amansam
Ouvindo a "concertina"
Pras mais tantas a adrenalina
No seu corpo se espalha
Cega está sua navalha
Depois que a festa termina.

É alô pra muita gente
Alô pras autoridades
Desta e de outras cidades
Para os órgãos competente
"É uma honra pra gente!
Valeu Dona Miguelina
Prefeita de Cochinchina!"
Chega a doer os "ouvido"
E só termina o moído
Depois que a festa termina.

A atração já cumpriu
No local o seu papel
Já tá clareando o céu
O Sol brilhante surgiu
Se ouve um P... que pariu
Da boca de uma menina
Amarela à margarina
Totalmente embriagada
É a maior presepada
Depois que a festa termina.

O palco é desmontado
As barracas são também
É um grande vai e vem
De "caboco" embriagado
Motor de carro ligado
Só gastando gasolina
Lixo de esquina a esquina
E os "trans" com  “vadieza”
Mais só começa a limpeza
Depois que a festa termina.

É a vez dos varredores
Interferirem na cena
Com mãozinha bem pequena
Os moleques catadores
Senhoras e até senhores
Que a vida é uma ruína
Reviram o lixo, a latrina
Juntam plástico e metal
O espaço volta ao normal
Depois que a festa termina.


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