domingo, 10 de novembro de 2013

PARODIANDO BANDEIRA E JESSIER

Autor: Benildo Nery
Vou-me embora pro passado
Do tempo romper distância
Para viver a infância
Feliz e aconchegado
Pelos meus pais abraçado
E recebendo bênção
Na companhia de irmão
Irmã, parentes, vizinho
Desde aquele bem novinho
Àquele mais ancião.

Pra de manhã logo cedo
Depois do galo cantar
Da rede se levantar
Sem sentir temor nem medo
E lá curtir o enredo
De mais um dia chegado
Chuvoso ou ensolarado
Seja lá qual estação
Curtir um bom forrozão
Que no rádio é tocado.

Ouvir a toda altura
Do Jota Anísio o programa
Que tem o valor de grama
De ouro para a Cultura
E faz toda a criatura
Cedinho o radio ligar
Na faixa sintonizar
E ouvir o bordão seu
Jota Anísio não morreu
E a Cultura tá no ar.

Tomar café ligeirinho
Com um pedaço de pão
Com bolacha ou bolachão
Ou farinha com toicinho
Depois sair de fininho
Com a turma encontrar
Para começar brincar
De brincadeira diversa
Sem afobação, sem pressa
Sem ver a hora passar.

Brincar de tila, tilando
Com pedra, castanha, biloca
No triângulo ou na barroca
Na brinca, ou apostando
Um saindo outro entrando
Em grande sincronização
E o maior campeão
Sair tirando um sarro
Cheio de nota de cigarro
Castanha ou bilocão.

Pra brincar de roladeira
Carro, carreta, pião
De carniça e garrafão
Rolar pneu na ladeira
Corrida na capoeira
Tica-esconde, tica-cola
Pijun, bandeirinha, bola
Onça, dama, dominó
Vira-moeda, bozó
E depois ir pra escola.

Pra na escola aprender
Ler escrever e contar
Respeitado e respeitar
Ao professor atender
Buscar na vida ascender
Ter um futuro decente
Pra viver tranquilamente
Conquistar emprego bom
Demonstrar todo o dom
De um cidadão competente.

Mas também aproveitar
Do momento estudantil
Pra curtir o infantil
Contar história, escutar
Brincar de adivinhar
Curtir a recreação
Correr por todo o galpão
Dar tranco e também pinote
Enganar e passar trote
Feito policia e ladrão.

Brincar de cabo de guerra
Pular corda, de trenzinho
De mão no bolso, copinho
Céu, inferno; mar e terra
E quando a aula se encerra
Sair pra casa voado
Sem demonstrar estar cansado
A diversão se repete
Vou brincar de patinete
Com o vizinho lado.

Vou-me embora pro passado
Para não viver atoa
Ir sempre para a lagoa
Tomar um banho de nado
Capturar um pescado
Com a cara e a coragem
As mãos entre a folhagem
Ou com vara, anzol e linha
Com a enfieira cheinha
Pra casa fazer viagem.

Fazer a escamação
Ajudar mãe preparar
Por no fogo, cozinhar
Depois fazer um pirão
Logo após a refeição
Ir de encontro aos amigo
Os novos e os mais antigo
Sem importar a idade
Mas sim a afinidade
Entre eles e comigo.

Vou-me embora pro passado
Pra fazer umas caçada
Com baladeira, pedrada
Nos bichos que são caçado
Com o bornal abarrotado
De preá, anu, rolinha
Camaleão e galinha
D’água e até mergulhão
Tá feito mais um pirão
Tá morta a fome minha.

Vou-me embora pro passado
Para não trabalhar tanto
Para viver feito um santo
Inocente e sem pecado
Viver despreocupado
Numa vida diferente
Rindo, mostrando os dente
Sem correria, sem pressa
Me divertindo à bessa
Sem saudade do presente.



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