Vou-me embora pro passado
Do tempo
romper distância
Para viver a infância
Feliz e
aconchegado
Pelos meus
pais abraçado
E recebendo bênção
Na companhia
de irmão
Irmã,
parentes, vizinho
Desde aquele
bem novinho
Àquele mais
ancião.
Pra de manhã
logo cedo
Depois do
galo cantar
Da rede se
levantar
Sem sentir
temor nem medo
E lá curtir
o enredo
De mais um
dia chegado
Chuvoso ou
ensolarado
Seja lá qual
estação
Curtir um
bom forrozão
Que no rádio
é tocado.
Ouvir a toda
altura
Do Jota
Anísio o programa
Que tem o
valor de grama
De ouro para
a Cultura
E faz toda a
criatura
Cedinho o
radio ligar
Na faixa
sintonizar
E ouvir o
bordão seu
Jota Anísio
não morreu
E a Cultura
tá no ar.
Tomar café
ligeirinho
Com um
pedaço de pão
Com bolacha
ou bolachão
Ou farinha
com toicinho
Depois sair
de fininho
Com a turma
encontrar
Para começar
brincar
De
brincadeira diversa
Sem
afobação, sem pressa
Sem ver a
hora passar.
Brincar de
tila, tilando
Com pedra,
castanha, biloca
No triângulo
ou na barroca
Na brinca,
ou apostando
Um saindo
outro entrando
Em grande
sincronização
E o maior
campeão
Sair tirando
um sarro
Cheio de
nota de cigarro
Castanha ou
bilocão.
Pra brincar
de roladeira
Carro, carreta, pião
De carniça e
garrafão
Rolar pneu na
ladeira
Corrida na
capoeira
Tica-esconde,
tica-cola
Pijun,
bandeirinha, bola
Onça, dama,
dominó
Vira-moeda,
bozó
E depois ir
pra escola.
Pra na
escola aprender
Ler escrever
e contar
Respeitado e
respeitar
Ao professor
atender
Buscar na
vida ascender
Ter um
futuro decente
Pra viver
tranquilamente
Conquistar
emprego bom
Demonstrar
todo o dom
De um
cidadão competente.
Mas também
aproveitar
Do momento
estudantil
Pra curtir o
infantil
Contar
história, escutar
Brincar de
adivinhar
Curtir a
recreação
Correr por
todo o galpão
Dar tranco e
também pinote
Enganar e
passar trote
Feito
policia e ladrão.
Brincar de
cabo de guerra
Pular corda,
de trenzinho
De mão no
bolso, copinho
Céu,
inferno; mar e terra
E quando a
aula se encerra
Sair pra casa voado
Sem demonstrar estar cansado
A diversão
se repete
Vou brincar
de patinete
Com o
vizinho lado.
Vou-me
embora pro passado
Para não
viver atoa
Ir sempre
para a lagoa
Tomar um
banho de nado
Capturar um
pescado
Com a cara e
a coragem
As mãos
entre a folhagem
Ou com vara,
anzol e linha
Com a
enfieira cheinha
Pra casa
fazer viagem.
Fazer a
escamação
Ajudar mãe
preparar
Por no fogo,
cozinhar
Depois fazer
um pirão
Logo após a
refeição
Ir de encontro
aos amigo
Os novos e
os mais antigo
Sem importar
a idade
Mas sim a
afinidade
Entre eles e
comigo.
Vou-me
embora pro passado
Pra fazer
umas caçada
Com
baladeira, pedrada
Nos bichos
que são caçado
Com o bornal
abarrotado
De preá,
anu, rolinha
Camaleão e
galinha
D’água e até
mergulhão
Tá feito
mais um pirão
Tá morta a
fome minha.
Vou-me
embora pro passado
Para não
trabalhar tanto
Para viver
feito um santo
Inocente e
sem pecado
Viver
despreocupado
Numa vida
diferente
Rindo,
mostrando os dente
Sem correria,
sem pressa
Me divertindo
à bessa
Sem saudade
do presente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sua opinião é muito importante para nós. Deixe seu comentário criticando ou dando sugestões.