(Benildo Nery)
Estão por aí
dizendo
Que a minha
rima é fraca
Que não vale
uma pataca
Improviso ou
escrevendo
Eu até que
compreendo
Essa atitude
sagaz
Mas para
quem isso faz
Respondo com
meus trabalhos
Desengalhando
os engalhos
Que o ramo
da arte traz.
Respondo
dizendo que
Aprendi ler
com o cordel
Ouvindo o
menestrel,
O cantador
de viola
Curtindo a
rima que aflora
Do artista
popular
Aquele que
pra ganhar
A vida
doa-se tanto
Aqui, ali,
noutro canto
Sem nunca
poder parar.
Tomei poesia
em pílulas
Em gotas, em
injeção
Pra curar o coração
Tratando suas
aurículas
Suas doses
em gotículas
Minha mente
transformou
Por isso que
hoje sou
Rapidinho no
gatilho
Pra escrever
eu dedilho
Pro
improviso aqui estou.
Só pra ter
uma ideia
Desse meu
potencial
Um pouco do arsenal
Vou mostrar
para a plateia
Começando a
Odisseia
Quem a
escreveu foi eu
Ulisses ou
Odisseu
Pediu isso
para mim
Contar tim-tim por tim-tim
Como a
aventura se deu
Construí com
Evangelista
O Pavão
Misterioso
Por ser
muito habilidoso
Frio e muito
calculista
Tornei-me o
articulista
De todo o
seu belo plano
De naquele
mesmo ano
Raptar a
moça Creusa
Que, aliás,
uma deusa
Naquele
aeroplano.
Mapeei a
serra e a furna
Onde vivia o
dragão
Planejei
toda a ação
De forma bem
taciturna
E numa hora
diurna
Esse plano
genial
Entreguei a
Juvenal
Um sujeito
destemido
Teve o seu
ato cumprido
Matando
aquele animal.
Eu também
testemunhei
O amor de
Alonso e Marina
E quando houve a chacina
Dos
Oliveiras chorei
Inclusive eu
que levei
Valdivino a
julgamento
Um cabra sem
sentimento
Sua sentença
foi dada
A farsa que
foi montada
Teve seu
encerramento.
Eu também
sou bem valente
Quando o
assunto é porfia
Se alguém me
desafia
Fico
bastante contente
Pena que o
inocente
Leva uma
surra do cão
Não se
levanta do chão
O deixo todo
quebrado
Humilhado,
arrasado
Carregado
num caixão.
Já dei surra
em poeta
De ele sair
trambecando
Numa perna
só pulando
Parecendo a
“mulesta”
E quando
findada a festa
Xinguei
todos que ficaram
Mas eles não
me enfrentaram
Saíram todos
correndo
Uns chorando,
outros dizendo:
Cabra macho!
Repararam?
Saiba comigo
assim
Não aguento
desaforo
Sou bom
igual um tesouro
Mas também
sou cabra ruim
Desafiar?
Venha a mim!
Marque o dia,
hora e ponto
Eu estarei
sempre pronto
Frente a
frente não por trás
Pode vir o Satanás
Que eu o
venço no confronto.
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