terça-feira, 10 de dezembro de 2013

O BUSCADOR

(Benildo Nery)


Um dia eu me embrenhei
Na imensidão do pensar
Procurando encontrar
Aquela com quem sonhei
E não é que revirei
Cada canto desse espaço
Do jeito que sempre faço
Com um plano bem traçado
Nas minúcias, bem focado
E sem nenhum embaraço.

Trilhei com muita cautela
Passos lentos, à espreita
Por vereda às vezes estreita
Em praças, ruas, favela
Essa busca quase sela
O plano que eu tracei
Porque nada encontrei
Dei-o como cancelado
E por estar bem cansado
Quase que a busca encerrei.

Sentei, venci a canseira
Refiz todos os meus planos
Inclui neles os pântanos,
Rios, região praieira
Daí em toda carreira
Retomei minha procura
Confesso àquela altura
Bastante desanimado
Mas por ser determinado
Prossegui minha aventura.

Resolvi ir mais além
Mergulhei no oceano
Em um ato sobre-humano
Sem encontrar com ninguém
Restava então um porém
O espaço sideral
E em viagem espacial
Embarquei sem ter demora
Pensando assim: É agora!
Que a encontro afinal.

Também lá não encontrei
Então pensei cá comigo:
Será que é um castigo?
Algo assim nunca passei.
Onde foi que eu errei
Nessa procura voraz?
Eu sei que eu sou capaz
Por isso eu não desisto
Contrariando insisto
Em buscar um pouco mais.

Mas onde não procurei?
Aonde ainda não fui?
Como algo que intui
Foi então que despertei
E percebi que deixei
De lado uma região
Onde vive a emoção
Onde se esconde o amor
Onde reside o fervor
De uma ardente paixão.

Aí rumei bem ligeiro
Desta vez mais animado
Refeito e aliviado
E num lance bem ligeiro
Descobri seu paradeiro
Marquei sua posição:
Sozinha na imensidão
Há um bom tempo habitante
De um lar vermelho e gigante
Chamado de coração.

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