(Benildo Nery)
Trago
lembranças guardadas
Dos tempos
da meninice
Alguma
dessas, tolice
Outras que
foram marcadas
Por artes e
presepadas
Brincadeiras
de montão
Umas com
grande união
Enquanto
outras nem tanto
Mas todas
elas, no entanto
Marcando uma
geração.
Também está
bem gravada
Aqui na
minha cachola
A ida antes
da escola
O pegar
daquela estrada
Pau e lata
pendurada
Por
corrente, arame ou corda
Pouco cheia
ou que transborda
Jumento,
pote e barril
Realidade
infantil
Quem foi do
tempo recorda.
A ida e
vinda do açude
Da cacimba
ou do poço
A forte dor
no pescoço
Causando
inquietude
Do mais
velho a atitude
De ajudar
sim ou não
Com o balde
ou com o galão
Com o pote,
com a rodilha
O calor do
Sol que brilha
No céu, na
imensidão.
A água que
era espanada
Com a lata
ainda vazia
E a impureza
que havia
Era todinha
afastada
E depois de
mergulhada
Enchia as
outras lá fora
Depois disso
ia embora
Para a casa
abastecer
Tinas,
Jarras tudo encher
Ligeirinho,
sem demora.
Em casa era
despejada
Numa jarra
pra gastar
Em outra pra
cozinhar
Pra beber
mais arrumada
Com uma
tampa bem tampada
Sobre a
tampa um paninho
Limpo,
limpo. Bem branquinho
Pra não
permitir sujeira
Dava pra
semana inteira
Se bebendo
de pouquinho.
Acima dessa
bebida
Canecos bem “ariados”
Pelas asas
pendurados
De forma bem
percebida
Goladas e
sacudida
De voltar ao
mesmo lugar
Pode outro
vir tomar
A água que
tá fresquinha
Se quiser
encha a quartinha
Pra inda
mais esfriar.
Mas o que
era interessante
E chamava atenção
Era a
preocupação
Grande e até
incessante
Toda hora e
todo instante
Que se ia
despejar
E a água
depositar
Na jarra
para bebida
Era a grade
corrida
Que alguém
tinha que dar.
Corre, corre
Margarida
Que a água
já chegou!
João já
descarregou
Pra jarra já
fez partida
Parece tá
esquecida...
Tu tava
pegando em coentro!
Pode deixar
que eu entro
Correndo e
vou pegar
Para na
jarra botar
"O pano de
coar dentro"!
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