(Benildo Nery e Pedro Pedreira)
(Benildo)
Na história
do improviso
Eu serei seu
professor
E sendo meu
seguidor
Só pisará
onde eu piso
Sendo assim
se for preciso
Deixo dito e
bem dito:
Não atendeu
dou-lhe um grito
Não resolveu
eu o laço
Eu sou
martelo de aço
Você pedra
de granito.
(Pedro)
Eu não nasci
ruim da vista
Nunca
precisei de guia
Já você
sempre vivia
Na porta de
um analista
Hoje dá uma
de artista
Diz que na
arte é perito
Mas vou
dizer e repito:
No repente é
leigaço
Eu sou
martelo de aço
Você pedra
de granito.
(Benildo)
Hoje você
vai sentir
O peso do
meu repente
E por ser
incompetente
Jamais irá
resistir
Mesmo assim
se insistir
Vai sofrer
tanto atrito
Quando virar
arenito
Vou soprá-lo
pro espaço
Eu sou
martelo de aço
Você pedra
de granito.
(Pedro)
Eu sou muito
preparado
Da peleja
nunca corro
Com você
sempre concorro
Coladinho,
emparelhado
Só que estou
mais equipado
Todo dia
exercito
Já o seu
blefe maldito
Nunca passou
de bagaço
Eu sou
martelo de aço
Você pedra
de granito.
(Benildo)
Sempre lhe
darei sopapos
E pancadas
de montão
Será a minha
missão
Fazê-lo
viver em trapos
Retalhado,
só farrapos
Seco, magro
igual palito
Se tremendo,
todo aflito
Pedinte de
pão em pedaço
Eu sou
martelo de aço
Você pedra
de granito.
(Pedro)
Em falácia é
graduado
Na
ignorância é mestre
Possui alma
de um silvestre
Em “antice”
doutorado
Já eu sou
intitulado
Pelo que
tenho escrito
Entre eles
eu credito
O de imortal
poetaço
Eu sou
martelo de aço
Você pedra
de granito.
(Benildo)
Na arte da
cirurgia
Eu também sou
um doutor
Amenizo sua
dor
Como se
fosse magia
Então nessa
hora e dia
Te darei um “periquito”
Como um belo
hermafrodito
Serás o rei
do pedaço
Eu sou
martelo de aço
Você pedra
de granito.
(Pedro)
Quanta
imoralidade
Dita pelo
meu colega
Demonstrando
o quanto é brega
E de pouca
qualidade
Pode crer
que é verdade
Na rima é
muito restrito
Hoje em
diante o interdito
Mesmo assim
dou-lhe um abraço
Eu sou
martelo de aço
Você pedra
de granito.
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