domingo, 22 de dezembro de 2013

ESSE SIM É QUE É ESPORTE

(Benildo Nery)

Eu sou um fã do esporte
Essa arte mundial
Sempre achei fenomenal
Competição desse porte
Nela o fraco vence o forte
Noutro encontro é vencido
Sendo assim se faz sentido
Time, equipe, seleção
Do que a premiação
Mais vale ter competido.

De corrida a natação
Judô, boxe, qualquer luta
Aquele em que bola chuta
Com o pé ou com a mão
Se é gol ou pontuação
Polo aquático ou voleibol
Basquete ou handebol
Eu me ergo em reverência
Mas a minha preferência
Não nego é o futebol.

Dominar bola com o pé
É coisa linda de ver
O cabra se remexer
Passa e o outro nem “dá fé”
Coisa pros craques Pelé,
Garrincha, Zico, Tostão
Quando a bola entra então
A rede a se balançar
É goooolllll! Todos a gritar:
Nosso time é campeão!

Mas eu tenho observado
De um bom tempo pra cá
Que infelizmente não dá
Pra ficar nele ligado
Pois os atos praticados
São de enorme sordidez
E com tanta absurdez
Ele tomou nova forma
Sendo assim já virou norma
Validar com invalidez.

Voltar muito ao passado
Pra ver isso não precisa
Basta uma simples pesquisa
Ou ter só acompanhado
Que os meios têm comentado
Em rodas de discussão
Falada, escrita, visão
O assunto é sempre pauta
Ainda pede ao internauta
Que dê sua opinião.

Isso é pura ironia
Desse grupo organizado
É ele quem tem ganhado
Lucrado em demasia
Explorando a maestria
E a arte desse esporte
Desdenhando vida e morte
Em nome da audiência
Em simples conveniência
E exemplo de consorte.

Basta só analisar
Que nunca terá surpresa
As tais viradas de mesa
Os escândalos recentes
Equipes ditas descentes
Que iriam pra segunda
Ficam só no quase afunda
E de volta à primeira
Deixam os outros na poeira
Em atitude imunda.

O mundo inteiro tem visto
Escândalos na arbitragem
O jogo só de passagem
O resultado previsto
Muita aposta para isto
Em casas, salas, na Net
Há jogador que conteste
E outro que muito ganha
Perpetuando a vergonha
Não há um só que proteste.
  
Salário espatucoloso
Casa em milhões de Reais
Longe dos padrões “normais”
Do grupo mais populoso
É algo assim cabuloso
Muita gente passar fome
E nunca ter o seu nome
Em destaque tanto assim
Sinto que é muito ruim
Sentimento que consome

Pra uma copa do mundo
Sangram rios de dinheiro
Tal recurso financeiro
Maior parte sai do fundo
Do imposto oriundo
Da gente contribuinte
E todo constituinte
Da FIFA segue a cartilha
Se curva e se humilha
Como se fosse pedinte

Sei que não posso negar
Que eu contribuo com isso
E esse meu ato omisso
Também me leva a pagar
Vejo dinheiro faltar
Pra saúde, educação
Enorme corrupção
Obras superfaturadas
Corjas, bandos e cambadas
Desviando em milhão.

Onde que vamos parar
Com esse grande desrespeito
Levando um brasão no peito
Sem querer nunca tirar
Vamos raciocinar
Muito mais de uma vez
Com clareza e sensatez
Tal como o brilho do sol
Esse tal de futebol
É esporte de burguês.

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